12 dicas para organizar a sua primeira viagem internacional

E aí que você decidiu finalmente colocar os pés fora do Brasil, mas não faz a mínima ideia  por onde começar. Acontece. E é por isso que resolvi fazer esse texto pontuando 12 coisas que você precisa ter atenção na hora de organizar a sua primeira viagem internacional.

E, antes de mais nada é preciso dizer que não importa o destino que você escolheu para esse primeiro passeio internacional, a verdade é que depois desse, é bem provável que você não queira mais parar de viajar.

A primeira vez que saí do país foi para a Inglaterra, onde eu iria fazer um intercâmbio, em 2007. 13 anos depois já são mais de 40 países na conta e ainda sigo organizando cada detalhe das viagens que faço aqui pelo Brasil e pelo mundo.

Tem regra de como fazer isso? Não exatamente, mas há dicas que podem deixar essa tarefa bem mais leve e ainda evitar muita dor de cabeça. Então para que sua primeira viagem internacional seja o mais próximo de perfeita, é preciso:

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1. Planejamento
2. Organização
3. Pesquisa

O processo em si da organização da sua primeira viagem internacional pode mudar muito de acordo com o destino escolhido (e se ainda não escolheu, veja algumas sugestões de destinos para sua primeira viagem internacional), a época da viagem e a documentação necessária. Mas no geral, fazendo um bom planejamento, pesquisando muito e garantindo a organização, dá tudo certo.

Lembrando que a falta do idioma pode até dificultar, mas jamais impedir uma viagem. Veja um relato bem bacana no Blog Na Proa da Vida sobre viajar sem falar inglês. 

1 – Comece pela documentação: emita o passaporte

Esse deve ser o primeiro passo da organização da sua primeira viagem internacional. Para países da América do Sul (exceto as guianas) não é obrigatória a apresentação do passaporte, embora eu recomende muito que você faça e viaje com ele mesmo para esses destinos.

Mas por que?

Porque um passaporte é um documento que não será questionado, como seu RG pode vir a ser. E colecionar carimbos é mais que um hobby. Os carimbos contam como experiências profissional no seu currículo. Eles te credenciam na hora de encarar a imigração na Europa ou na hora de pleitear um visto para os Estados Unidos.

Então entre no site da Polícia Federal, solicite o seu passaporte e comece a colecionar suas experiências como viajante. E atenção: não deixe para tirar o documento na última hora, pois volta e meia a PF tem problemas que ocasionam atrasos na entrega dos passaportes.

Nesse post aqui você vê o passo a passo sobre a emissão do passaporte brasileiro. Se já tem o passaporte, confira a validade. Em alguns países a exigência é que seu passaporte tenha pelo menos mais 6 meses de validade. Confira as regras específicas do país que pretende conhecer.

De qualquer forma, se precisar viajar com o RG, certifique-se que ele foi emitido há menos de 10 anos, que é o prazo máximo de validade para documentos aceitos por imigração. Não são aceitos como documento de identidade a CNH ou registro profissional. Aliás, a CNH passou a ser aceita na fronteira de Puerto Iguazu com Foz do Iguaçu, mas não é aceito em nenhum aeroporto, por exemplo.

2 – Tire o visto, caso necessário

Com o passaporte emitido, você já pode dar entrada no pedido de visto, caso o país escolhido tenha essa exigência. O destino mais procurado por brasileiros e que precisa de visto é os Estados Unidos. Mas destinos como Austrália, Canadá, Myanmar, China e Japão também exigem a emissão prévia da permissão. Em outros, como o Laos, você emite na hora, quando chega lá. É só pagar uma taxa no aeroporto. Confira os países que brasileiros não precisam de visto. 

3 – Confira se precisa de alguma vacina

Alguns países exigem o comprovante de imunização contra doenças específicas, mas a mais comum delas é a de febre amarela. Nesse post aqui falamos sobre as vacinas de cada viajante.

Sobre a vacina de febre amarela, verifique se a imunização foi feita há menos de 10 anos. Se não, vá ao posto mais próximo e tome a vacina gratuitamente e o mais rápido possível, já que é exigido um mínimo de 10 dias entre a data da imunização e o início da sua viagem. 

Se já está vacinado, leve o seu cartão de vacinação no posto da Anvisa do Aeroporto para emitir o certificado Internacional de Vacinação.

Detalhe: esses postos da Anvisa tem horários específicos de funcionamento. Em uma viagem recente, meu marido precisou emitir o dele no Aeroporto de Guarulhos e estava fechado, pois não funciona aos sábados. Então tivemos que pagar R$80 de Uber para ir e voltar ao posto mais próximo. A sorte é que havíamos chegado com bastante antecedência.

Para algumas viagens, como foi o caso da África do Sul, o certificado é exigido ainda no antes do embarque, aqui no Brasil. Outros, como a Tailândia e China, exigem a apresentação do documento na hora do desembarque.

4 – Compre a passagem

Essa é a primeira coisa que faço ao organizar uma viagem. Porque é uma das partes mais importantes para determinar o orçamento da sua viagem. Então nem sempre eu viajo para aquele destino que eu queria mais. Costumo dizer que escolho meu próximo destino pelo preço das passagens. Veja: 10 dicas para encontrar passagem aérea barata.

Obviamente eu tenho uma listinha de possíveis próximos destinos, mas ele só é definido quando encontro uma passagem boa. E como verifico isso? Pelo Skyscanner, que é um site que busca os melhores preços de passagens.

Então vou fuçando ali por dias, fazendo mil simulações até sair uma que dá certo. O Skyscanner não faz a venda direta. Ele te direciona para o site da companhia aérea ou agência que tem o melhor preço para você finalizar a venda direto com eles.

Quando tenho milhas, também tento tirar as passagens usando esses pontos. Se não tiver, também dá para usar o site da MaxMilhas, que emitem passagens com milhas vendidas por usuários cadastrados no site. Já usamos várias vezes e é confiável.

5 – Organize o roteiro da viagem

Para mim, essa é a melhor parte. É aqui que você desenha seu passo a passo e começa a dar forma ao sonho. Eu começo definindo o destino e, a partir daí, leio muitos blogs que têm conteúdo sobre aquele lugar e o que eles indicam para ver. Veja o que é muito importante você pesquisar na hora de montar um roteiro de viagem:

Como chegar

Para saber qual a melhor forma de chegar ao destino que você escolheu, se é de avião, ônibus, carro próprio, etc. Se for avião, por exemplo, quais as melhores forma de ir do aeroporto para o hotel, quando chegar lá.

Como se locomover

Chegando lá, qual a melhor forma de se locomover? Usando o transporte público, a pé mesmo ou vai ser melhor alugar um carro? Se for alugar um carro, é bom já fazer a reserva. Indicamos o site da RentCars, que é uma agência que compara os preços das principais locadoras de veículos e te apresenta as melhores opções no destino escolhido. Antes, dê uma lida nesse post aqui que explica como alugar um carro no exterior. 

O que ver por lá

Provavelmente você já sabe o que quer ver no seu destino dos sonhos, mas pode ter coisas que você nem sabia que existiam e que poderiam ter sido visitadas. Então é bom pesquisar isso também para não se arrepender depois. Ao pesquisar isso, você também descobre as melhores formas de conhecer os lugares, atrativos que você já tinha em mente, verifica se tem que comprar ingresso com antecedência, etc.

Onde comer

Para pegar dicas dos melhores restaurantes ou dos mais baratos. Verificar também quais são as comidas típicas e o que vale experimentar.

Onde se hospedar

Esse item também é muito importante e falo melhor dele mais para frente, mas é essencial você verificar quais são as melhores regiões para se hospedar e já ver alguns hotéis indicados. Assim você minimiza a chance de cair em furada.

Quanto tempo ficar

Super importante verificar esse item também, porque as vezes você reserva apenas 2 dias para conhecer Londres, por exemplo, e depois descobre que atravessou o oceano a toa, porque precisaria de muito mais dias para conhecer a capital inglesa.

Qual a melhor época para ir

Escolher a melhor época faz toda a diferença para o sucesso da sua viagem. Por exemplo: para se programar para esquiar na neve você precisa saber quando vai ter neve no destino. Ou quando chove mais naquele destino de praia, quando o clima é menos frio na Europa e em que época os preços são mais baratos em Miami, etc.

Primavera em Vancouver, Canadá

Depois de pesquisar muito sobre todos esses itens, eu monto meu roteiro encaixando tudo o que quero conhecer, comer e viver naquele destino de acordo com alguns critérios bem pessoais e que obviamente varia muito para cada viajante, que são:

1. Meu orçamento;
2. O tempo que tenho disponível para a viagem;
3. Minhas preferências

6 – Reserve a hospedagem

Eu sei que tem gente que gosta de reservar hotel já no destino, mas isso não funciona com viagem internacional. Pelo amor de Deus, não tente isso. Ainda mais em uma primeira viagem internacional. Você precisa apresentar na imigração o comprovante de reserva do hotel, provando onde você deve se hospedar pelos próximos x dias.

E mesmo assim, é bom ter tudo organizado e planejado com antecedência. Assim, quando você chegar no seu destino, a sua única preocupação vai ser se divertir e curtir a viagem. Então, reserve sempre seu hotel com antecedência.

A minha vida inteira fiz as reservas pelo Booking, que é um site que busca todos os hotéis, pousadas e apartamentos da região e lista de acordo com o que você colocar como critério. Por exemplo: mostrar os mais baratos primeiro, os mais próximos do aeroporto, etc.

E o mais legal é que os hóspedes fazem avaliações dos hotéis e aí você tem relatos reais de quem já se hospedou lá. Isso ajuda muito na hora de decidir a sua hospedagem. Sabendo se aquele hotel está na melhor localização para turistas, se tem um bom serviço, se o quarto é confortável e tal.

7 – Faça um seguro viagem internacional

Esse item também é mega importante não só para uma primeira viagem internacional, mas para todas. Não brinque com a sorte. Um acidente ou imprevisto pode fazer a sua viagem (e o seu orçamento) virar um pesadelo. E o seguro viagem não é caro. Fora que é um gasto mínimo perto do benefício que você tem e do prejuízo que pode vir a ter. Então não vale o risco.

Aliás, é bom deixar claro que o seguro viagem para Europa é obrigatório. A ideia é oferecer coberturas que possam prevenir gastos inesperados. Caso você tenha algum imprevisto que está entre os que são cobertos pelo seguro e precise gastar com isso, você é ressarcido pelo seguro viagem.

No geral, o seguro cobre despesas médicas e hospitalares, extravio de bagagem, despesas odontológicas, traslado médico e funerário, atrasos e despesas com medicamentos.

Eu sempre indico o Seguro Viagem da Real, porque a empresa tem uma proposta bem legal e já confiamos no serviço deles, pois usamos várias vezes. É um comparador de seguro viagem. Quando você entra no site e coloca seus dados e o da sua viagem, o sistema te apresenta uma lista de todos os seguros disponíveis do mais barato ao mais caro. E, é claro, detalhando a cobertura oferecida por cada um. 

8 – Organize sua bagagem

Com todas as informações sobre destino, clima e quantidade de dias a ficar, verifique em sua passagem qual a franquia de bagagem que você tem direito. Com as novas regras, muitas passagens só incluem a bagagem de mão. Se precisar de uma mala maior, é preciso pagar. Verifique isso antes de embarcar, porque é mais barato contratar o serviço de despacho de bagagem antes do que na hora do check in.

Aqui no blog temos posts explicando como funciona a bagagem de mão e outro com dicas sobre o que levar na bagagem de mão. E veja também algumas dicas para arrumar a mala e como usar os sacos organizadores a vácuo para diminuir o volume da mala. 

9 – Compre ingresso e faça reservas

Não pense que você foi a única a ter a ideia de viajar para aquele destino naquela época. Corre o risco de você chegar lá e encontrar tudo lotado e ingressos esgotados nos atrativos. Por exemplo, conheço gente que foi a Nova York e não conseguiu fazer o passeio que leva à Estátua da Liberdade porque não reservou com antecedência.

Na África do Sul, também fizemos safáris limitados e pegamos uma hospedagem meia boca porque não fizemos a reserva com a antecedência necessária. Detalhe: estamos falando de 3 meses de antecedência. Acontece. Por isso minha recomendação é sempre planejar tudo com antecedência e já ir reservando tudo o que for possível.

Comprar os ingressos com antecedência também me ajuda a ir já pagando a viagem aos poucos para não ter o impacto financeiro todo de uma só vez. Quando não compro ingressos direto no site do atrativo, reservo os passeios da Civitatis, que é uma agência que usamos e confiamos. Inclusive tem muitos tours gratuitos por lá. Uma ótima maneira de ter um panorama geral da cidade.

10 – Imprima todos os documentos e comprovantes da viagem

Parece besteira andar com papel em tempos de celulares tão modernos. Mas não é. Mesmo com todos os aplicativos de viagem, você precisa ter em mãos e offline todos os documentos e comprovantes da sua viagem. Na hora da imigração, por exemplo, você não tem permissão para usar o celular e precisa apresentar reserva de hotel, passagens de volta, etc.

Pode ser que um determinado fiscal não peça, mas você precisa ter tudo em mãos no caso de ser solicitado. Também precisa pensar em imprevistos como você perder o celular, ficar sem sinal ou mesmo sem bateria.

Então evite encrenca. Fuja de qualquer detalhe que possa estragar sua viagem. Leve sempre uma pastinha com tudo impresso: suas passagens (ida e volta), cópia do seu passaporte, reservas dos hotéis, ticket dos passeios, reserva de aluguel do carro, apólice do seguro viagem, etc.

11 – Compre a moeda e adquira um cartão internacional

Verifique qual a moeda que circula no país que você escolheu, qual a cotação e onde é melhor para fazer o câmbio. Isso com certeza vai te dar uma luz na hora de definir o orçamento da viagem. Mas atenção: a coisa não é tão óbvia.

Por exemplo, a Dinamarca tem como moeda a coroa dinamarquesa, mas não é por isso que você vai correr em uma casa de câmbio e procurar essa moeda. Na verdade, você encontra poucas moedas aqui no Brasil e na maioria dos casos você precisa trocar seus reais aqui por dólar (ou euro) e lá no destino trocar dólar pela outra moeda. Nesse post aqui, tem uma explicação legal sobre que moeda levar em uma viagem internacional. 

E o que é melhor? Usar dinheiro ou cartão de crédito? Isso é um assunto longo e que depende de muitos fatores, então vou indicar a leitura de um post do Ricardo Freire, do Viaje na Viagem, que explica que moeda levar e quando usar cartões.

De maneira geral, é bom ter as duas opções. Então se puder, já providencie um cartão internacional. Mesmo que não vá utilizar, é uma segurança poder contar com ele no caso de algum imprevisto.

12 – Compre um chip para ter internet durante a viagem

Mais que atualizar as redes sociais, ter internet durante uma viagem internacional é útil para encontrar o melhor caminho para aquele atrativo, fazer pesquisa sobre o roteiro, usar o conversor de moedas ou chamar um uber, por exemplo.

Com as altas tarifas das operadoras brasileiras, é fora de cogitação usar o serviço de roaming internacional. A melhor saída é comprar um chip com pacote de dados que funciona em vários destinos. Nós sempre usamos o da UniGlobal Telecom, que tem uma cobertura sem defeitos. 

Você pede o chip pelo site com antecedência, recebe em casa e já sai do Brasil com ele. Isso ajuda muito na chegada do país, porque você já tem comunicação desde o minuto que chega lá.

Agora que você já sabe exatamente como organizar a sua primeira viagem internacional, mãos à obra! Se ficou alguma dúvida, é só deixar sua pergunta aí na caixinha de comentários que respondemos rapidinho.