A dor e a delícia de se hospedar em albergues pela Europa

Depois de decidir como iria me locomover de um lugar para outro na minha viagem de 15 dias para Europa sozinha, estava na hora de pensar na hospedagem. Optei por ficar em albergues em todas as cidades. O motivo principal eram os preços, que são muito mais baratos, e também porque queria conhecer novas pessoas. Afinal, seria uma viajante solitária. Mas só decidi pelos hostel devido a algumas boas experiências que tive no Brasil.

Eu havia ficado 10 dias em um hostel em Salvador em 2010, mas peguei um quarto de casal, que dividi com uma amiga. Não tive nenhum tipo de problema. Aliás foi super divertido e me senti em casa. Comi algo que me fez mal por lá e a possibilidade de fazer minha própria comida me ajudou bastante. Também me hospedei em albergues no Rio de Janeiro. Como fui com uma turma de amigos, optamos por quarto compartilhado e foi bem legal. Mesmo sabendo que seria diferente na Europa e que estaria sozinha, decidi por esse tipo de hospedagem.

Fazendo as reservas

Em consulta com amigos, concluí que o Booking era realmente o melhor site de reserva de hotéis e albergues. O diferencial que me encanta é a possibilidade de reservar pelo cartão de crédito sem que seja debitado no momento da reserva. Você pode optar por efetuar o pagamento durante o check-in. Sem falar na possibilidade de cancelar a hospedagem alguns dias antes.

Milão

Com o Booking aberto em uma aba e um mapa de Milão na outra, comecei a pesquisa do lugar perfeito. Escolhi o Hostel Koala que ficava a 200 metros da Estação Loreto. Mas mal sabia eu que usaria muito pouco o metrô em Milão. Andei bastante a pé. O quarto que escolhi era coletivo, tinha 4 camas e um banheiro. Fiquei pouco tempo em Milão, gostei do ambiente do hostel. Fui bem recebida e acabei fazendo um amigo brasileiro que me proporcionou um ótimo dia de passeio pela cidade.

Veneza

Já o hostel de Veneza não me encantou. O albergue escolhido tinha o mesmo nome de um hotel: Ca’D’ro. Assim que desembarquei na estação St. Lucia, um homem pediu 20 euros para “levar” minha bagagem até lá. Mas, como no Google Maps (que eu usei muito para andar a pé durante a viagem) apontava que era bem perto, recusei. Arrependo-me até hoje. O aplicativo me levou para o hotel ao invés do hostel, que era bem mais longe.

Não sei por quantas pontes eu passei carregando duas malas pesadas até chegar ao local errado. Quando achei o endereço, suspeitei, pois era muito chique. Logo caiu a ficha que estava no lugar errado. Mas, graças a um recepcionista italiano muito simpático que me deu as orientações de como ir para o local correto e a aula sobre direções em inglês que tive dias antes, consegui chegar no Cadoro Hostel.

Chegando lá, outra decepção. Uma escada gigantesca me aguardava. Lá fui eu subir os degraus segurando as malas. Uma vez no quarto, me senti no paraíso. Só tinha me esquecido que optei por quarto misto, porque estava mais barato, e tinha um homem no quarto. Mas não me abalei. Eu estava em Veneza, realizando um sonho antigo, só havia felicidade e realização em meu coração. Tomei um banho, sai para conhecer a cidade e só retornei ao albergue umas 4 horas da manhã. Resumo da ópera: opte por outro hostel e pesquise bastante.

Roma

De Veneza a Roma, como contei no post anterior, fui de ônibus. Às 6h cheguei ao Hostel Yellow, que fica a duas quadras da Estação Termini, uma das mais conhecidas e bem localizadas da cidade. E adivinhem? O check in era apenas às 14h. Pela primeira vez fiquei com vontade de chorar e me perguntei o que eu estava fazendo ali? Podia muito bem estar relaxando numa praia do Nordeste. Mas, sonho é sonho e por isso não me abalei de novo.

Peguei uma chave que o recepcionista gentilmente me deu, guardei minha bagagem e descansei um pouco numa sala de TV. Consegui dormir até umas 8h da manhã. Acordei, coloquei a mochila nas costas e fui a pé para o Coliseo. Voltando ao hostel, posso dizer que foi o melhor. O quarto compartilhado feminino era grande e a cama uma delícia. Mas, o melhor do hostel era o pub de mesmo nome que tinha em frente.

Na parte de baixo, havia uma boate, onde me acabei por várias noites.

Londres

Agora, o albergue mais descolado sem dúvidas foi em Londres, o Yha London. Tanto ele quanto o de Roma foram indicações de amigas que já haviam se hospedado. O Yha era bem localizado, a área comum estava sempre cheia e animada. Lá vendia cervejas, comidas e drinks. Era praticamente uma festa.

Veja também: Guia de Londres: tudo o que você precisa saber ao organizar sua viagem

A única coisa que me decepcionou foi o quarto, que era muito pequeno. Mal cabia a mala de todo mundo e tinha 4 camas.

Enfim, ficar em hosteis tem seus pontos positivos e negativos. Em todos eles passei algum tipo de perrengue, mas em compensação conheci pessoas que tornaram minha viagem muito mais interessante e divertida. Então, se você que está querendo viajar sozinho, não preza por conforto e luxo e está a fim de se aventurar de verdade, faça a mesma escolha que eu.

Aproveite para ler também os outros posts dessa série sobre viajar sozinha pela Europa.

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Comentários

  1. É cada perrengue que a gente passa ficando em hostel… mas é cada pessoa maravilhosa que a gente conhece também, né? Acho uma experiência muito incrível e todo mundo tem que fazer uma vez na vida, principalmente na Europa.

  2. Pingback: Nosso Roteiro: Veneza | Across the Universe

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