Mochilão pela América do Sul: Salar de Uyuni – 2º Dia
O segundo dia no Salar de Uyuni foi, sem dúvida alguma, o mais bonito. Era dia de lagunas e flamingos, o ponto alto da viagem e o mais aguardado por mim. Acordamos bem cedo. Felipo já estava nos esperando com o café da manhã e logo depois partimos. A primeira parada foi o vilarejo de San Juan, onde é possível comprar alguns quitutes e ir ao banheiro. Aproveitamos para tirar fotos das casinhas muito bonitinhas que há por ali.
De San Juan em diante a paisagem ficou super heterogênea. Saímos do Salar de Uyuni e nos aproximamos dos vulcões. Passamos pelo Salar de Tiguana, vimos animais silvestres como as vicuñas com mais frequência, até chegarmos na primeira lagoa. Eu não consigo descrever como foi o momento exato do meu primeiro contato com os flamingos logo que desci do carro. Só sei dizer que estava em êxtase.
A combinação lagoa + flamingos + vulcões era tão única que certamente foi a coisa mais linda que eu já tinha visto em toda a minha vida. Uma pintura da natureza, eu gosto de definir assim. Só conseguia agradecer. Ficamos na Laguna Cañapa por cerca de uma hora. Contemplando, tirando fotos e agradecendo.
Depois partimos para a segunda laguna do dia, a Laguna Hedionda. Tão ou mais bonita que a Cañapa. Porém, tinha menos flamingos, de modo que eu elegi a primeira como a minha preferida. Geralmente é nesse local onde são realizadas as refeições do segundo dia por grande parte das agências. Entretanto, Felipo sugeriu que parássemos em outra lagoa, a Lagoa Honda, mais vazia e onde ventava menos.
Foi sem dúvida uma ótima escolha. Por um bom tempo, tivemos a laguna só para a gente e adoramos dividi-la com um zorro lindo que aguardava ansiosamente pelos restos de comida. Ali mesmo, Felipo abriu o porta-malas, improvisou uma mesinha e preparou o almoço. O cardápio do dia foi macarrão com carne. Delicioso. Momento único comer ao ar livre com uma laguna e um vulcão como pano de fundo. Fantástico.
Depois do almoço, partimos em direção à Arbol de Piedra, um monólito esculpido pelo vento, em formato de uma árvore. No trajeto até o local, passamos pelo Deserto Siloli, uma das áreas mais áridas do mundo, mas também a mais encantadora. Paramos para fazer algumas fotos, mas o vento era tão gelado, que ficamos só alguns minutos.
Depois da Arbol de Piedra, nos dirigimos para a terceira e última laguna do dia, a Laguna Colorada, a mais aguardada por todas. A laguna fica dentro da Reserva Nacional da Fauna Andina Eduardo Avaroa, onde é cobrada uma taxa de 150 bolivianos (cerca de R$ 55) para a entrada no parque. O pessoal da agência nos avisa antes de fecharmos o passeio sobre essa taxa e o ticket deve ser apresentado tanto na entrada, quanto na saída. Portanto, muita cautela para não perdê-lo.
Nesse segundo dia, ficamos hospedadas em outro hotel de sal, exatamente de frente à Laguna Colorada. Logo que pagamos as entradas do parque, Felipo nos levou direto para lá e depois de devidamente instaladas, fomos conhecer a lagoa.
Tínhamos criado tanta expectativa. A surpresa do dia era que a lagoa não continha o tom róseo que sempre víamos nas fotos. Depois fomos descobrir que depende muito da incidência dos raios solares sobre as algas e os pigmentos. No final do dia, quando chegamos, o céu estava nublado e a lagoa não estava tão colorida. Ainda assim, ela é muito imponente e bonita. Caminhamos até um mirante, onde é possível ver a lagoa de cima. A visão é espetacular. Observamos o sol descendo e logo apertamos o passo para voltar ao hotel antes de escurecer.
A madrugada mais fria
A noite tivemos uma macarronada deliciosa acompanhada de vinho tinto. Conversamos um pouco e depois fomos para o quarto. Estava bem friozinho lá fora. O hotel não dispunha de banho quente. Tomamos banho de lencinhos umedecidos nesse dia. A medida que a noite ia avançando, a temperatura diminuía intensamente. Enfrentamos a madrugada mais fria de nossas vidas (dez graus negativos).
A noite foi longa. As meninas ainda estavam passando mal por causa da altitude (a reserva fica localizada a mais de 5000 metros de altitude), vestimos todas as roupas que tínhamos, juntamos as camas, pegamos todas as cobertas disponíveis, mas, ainda assim, fazia muito frio. Não dormimos praticamente nada nessa noite.
Informações adicionais
Esse post faz parte da série “Mochilão pela América do Sul: Bolívia, Chile e Peru“. Não deixe de conferir todos os outros posts publicados:
– Mochilão de 25 dias pela América do Sul: Bolívia, Chile e Peru
– O primeiro dia no Salar de Uyuni
– O segundo dia no Salar de Uyuni
-O terceiro dia no Salar de Uyuni
– Arequipa
SENSACIONAL! aguardando os próximos capítulos!!! :)) Ano que vem pretendo fazer um desses também
Olá Analice, gostaria de saber em qual época do ano vocês realizaram essa viagem. Estou pensando se é uma boa fazer essa trip de dezembro a janeiro…
Bjo.
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