Mochilão pela América do Sul: Arequipa
Em Tacna partem ônibus diariamente para Arequipa, a nossa primeira parada no Peru. Viajamos pela Empresa Moquecua (20 soles + 1 sole de taxa de embarque), gastando aproximadamente 8 horas de percurso. A viagem foi extremamente cansativa, com direito a uma longa parada para revista policial no ônibus ainda no início do trajeto (o que nos fez descobrir que essa é uma rota utilizada frequentemente por contrabandistas de mercadorias e sacoleiros) e um ônibus estragado em plena estreita e íngreme carreteira Panamericana, já perto do destino final. Como resultado, gastamos quase um dia inteiro para percorrer os cerca de 372 km que separam as duas cidades.
Chegamos em Arequipa já no começo da noite, extremamente cansadas, o que nos desencorajou a sair naquele dia. Como a cidade é grande (cerca de 1 milhão de habitantes), ficamos hospedadas próximo dos principais pontos turísticos incluindo a Praça das Armas e o Convento de Santa Catalina, locais mais fáceis de se locomover.
No dia seguinte, fomos conhecer a cidade. Enquanto saía do hotel em direção à Praça das Armas deu para perceber que Arequipa é toda circundada por vulcões e a paisagem é realmente incrível. Além de conhecer os pontos turísticos, o objetivo do dia era procurar uma agência que fizesse o tour para o Cânion Del Colca, o principal motivo por termos incluído Arequipa no roteiro. É no cânion que conheceríamos o famoso condor-dos-andes (Vultur gryphus).
Nem preciso dizer que grande parte das meninas (principalmente eu), estava eufórica com esse encontro, né?! Ali mesmo próximo a Praça das Armas achamos uma agência que fazia o passeio. Aproveitamos por fechar dois tours: o guiado, que sairia à tarde, passando pelos principais atrativos da cidade (25 soles) e o tour ao Cânion Del Colca (100 soles, sendo 45 pagos à agência, 40 destinados a entrada ao parque e 15 às termas), que combinamos de fazer no dia seguinte.
Depois de fecharmos os passeios, resolvemos visitar o incrível Museu Santuários Andinos (20 soles/ 10 soles para estudantes), onde estão os artefatos e as múmias encontradas em expedições a vulcões da região, realizadas na década de 90, como menina Juanita e Sarita, sacrificadas e dadas como oferta aos deuses. Depois do museu, comemos “o melhor e mais tradicional ceviche da cidade”, na Cevicheria Fory Fay (End. Álvarez Thomas, 221/ Arequipa; 25 soles), há uma quadra da Praça de Armas. Super recomendo!
De tarde fizemos o tour pela cidade e o ponto alto foi o mirante onde é possível contemplar os vulcões Chachani, Pichu Pichu e o Misti, o único ativo e o mais famosos. Lindos. Foi interessante podermos conhecer vários aspectos contemporâneos e históricos da região. O passeio terminou no início da noite. Jantamos e logo já estávamos no hotel. Teríamos que acordar muito cedo para o próximo destino.
Cânion Del Colca
O aguardado dia chegou. Optamos pelo tour de um dia e tivemos que acordar bem cedo, às 2h da manhã, pois seria um passeio intenso. As 3h da manhã o pessoal da agência nos buscou no hotel e iniciamos o tour. Foi uma madrugada fria. Enfrentamos cerca de 20 graus negativos ao longo do trajeto. Minha esperança para ver os condors diminuiu quando a van que nos levava estragou. Essas aves geralmente sobrevoam o cânion quando as térmicas estão favoráveis, no período da manhã. Se chegássemos atrasados certamente não as veríamos mais. Passada a tensão inicial, uma hora depois conseguimos partir com a van já consertada.
Nossa primeira parada foi em Chivay, localizada a 160 km de Arequipa, onde tomamos o café da manhã. De Chivay, paramos rapidamente em uma feirinha de artesanato, no povoado de Maca. Menos de 1h depois, passando por paisagens incríveis, por fim, chegamos ao mirante Cruz del Condor, onde se observa essas magníficas aves, uma das maiores do mundo. Quando chegamos no mirante, o local já estava repleto de turistas. Mal nos ajeitamos e quando nos demos conta, lá estavam elas, planando levemente à procura de comida. Por um tempo eu fiquei muda, hipnotizada! Realmente impressiona. Ficamos cerca de 2h no mirante, tirando dezenas de fotos (que não ficaram muito boas) e observando a imensidão daquele cânion.
O tour continuou passando por outros povoados, onde foi possível conhecer artesanatos, degustar sorvetes de frutas locais e observar práticas agrícolas milenares. Já era quase 2h da tarde quando paramos para almoçar. Tivemos a oportunidade de experimentar comidas típicas do Peru, como Lomo Saltado (bife refogado com tomates e cebolas e acompanhado de batata frita) e Rocoto Relleno (uma espécie de pimentão recheado). Muito bom.
E, como previsto no roteiro, a parada final foi nas águas termais de Chivay. Como estava muito frio, pouquíssimas pessoas quiseram entrar. Nós ficamos esperando as que optaram pelo banho no local por mais ou menos uma hora quando, então, retornamos para Arequipa.
Minha opinião sobre o passeio: achei que valeu super a pena e não foi tão cansativo como tínhamos lido em relatos sobre o tour de um dia. Se você tem pouco tempo, acho que vale muito a pena essa opção. A paisagem durante todo o trajeto impressiona, principalmente pela combinação de vulcões, llamas, vários animais silvestres e os cânions.
Informações adicionais
Agência: Arequipa Tours-Peru.
Calle Alvarez Thomas 107
E-mail: toursarequipa-peru@hotmail.com
Esse post faz parte da série “Mochilão pela América do Sul: Bolívia, Chile e Peru“. Não deixe de conferir todos os outros posts publicados:
– Mochilão de 25 dias pela América do Sul: Bolívia, Chile e Peru
– O primeiro dia no Salar de Uyuni
– O segundo dia no Salar de Uyuni
-O terceiro dia no Salar de Uyuni
– Arequipa
Olá! Farei uma parada em Arequipa tbm… Poderia me pássaro nome do hostel que vc ficou em Arequipa? Obrigada
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