Lima em 24 horas
Quente. Muito quente! Lima é assim em quase todos os meses do ano. Dizem (eu disse dizem) que até faz um friozinho no inverno, mas chover que é bom, not. Vou começar pela parte boa da capital peruana que é pra você incluir a cidade no seu roteiro ao Peru. Não que a capital seja desinteressante. Nada disso. A visita não vale apenas por ser a capital. A visita é indispensável porque você precisa entender o que é uma cidade que conseguiu fazer tanta coisa moderna ao lado de tanta história.
Lima é um livro de história com incontáveis páginas. A cidade respira história e você vai ver isso em cada esquina. Monumentos e prédios fantásticos, gente que se orgulha de sua história em todos os cantos, imagens que você não imagina que existam. Lima é, acima de tudo, uma cidade onde as pessoas têm alegria de viver, mesmo que na extrema pobreza.
A capital do Peru é indispensável porque você precisa respirar aquela neblina que vem do Pacífico. Precisa assistir o fim de tarde cinzento no calçadão da orla que fica ao lado das falésias, a uns 100 metros de altura da praia de pedrinhas. Precisa tomar uma Cusqueña (quente – é assim e pronto) em um dos belos restaurantes que a cidade oferece. Você precisa ver o desfile de surfistas, e aprendizes, sem camisa, pela cidade.
Nosso bloco, o Inca Folia, visitou o Peru em fevereiro. Ah, o Carnaval. Sim, nós fugimos dele. Como recomendado, começamos nossa viagem por Lima. A ideia, sugerida pela nossa amante do turismo Polliana Ribeiro (Pollistur), era que o roteiro fosse mais atrativo e encantador a cada dia que passasse (a viagem durou apenas cinco dias inteiros). E deu certo. Nosso roteiro foi Lima/Cuzco/Machu Picchu.
Em Lima, ficamos apenas 24 horas (a cidade tem duas horas a menos que o Brasil quando não estamos no horário de verão). Aí você me pergunta se o tempo não foi curto demais? Demais, não. Talvez, apenas curto. Por tudo que ouvimos de outros turistas que estavam na cidade, Lima “merece” uns três dias. Ok, isso pode até ser “afobamento” de quem só pensava em subir o Machu Picchu.
O bairro de Miraflores e a nossa hospedagem
Miraflores foi o bairro que escolhemos para ficar. Região bonita, bem localizada, ao lado da orla e com acesso fácil para vários outros locais. Tem ótimos restaurantes e algumas áreas verdes para visitação. Quando escolhemos hotel, pensamos no mínimo de conforto e se existia Internet wi-fi liberada (tem gente viciada).
A prioridade era gastar mais com passeios e boas refeições. Optamos pelo Hostal Porta para a única noite na capital do Peru. Limpinho, com bom atendimento e uma escada (disgramenta) íngreme para os quartos do piso superior (advinha quem ficou lá?). O preço foi super atrativo também: 40 dólares por quarto duplo. Aceitam cartão de crédito.
Também é em Miraflores que está um dos principais shoppings de Lima – Larcomar. Ele é todo aberto e fica exatamente no barranco de uma falésia do Pacífico. Dentro do Larcomar está o Museo Del Oro, um dos inúmeros museus de Lima, mas não visitamos.
O Centro Histórico
O Centro histórico de Lima concentra os prédios mais antigos (por isso é o centro histórico) e museus que atraem turistas de todo o mundo. A Plaza das Armas é o local de fundação da cidade. Ao redor dela se encontram os edifícios do Palácio de Governo, a Catedral de Lima, o Palácio Arquiepiscopal de Lima, o Palácio Municipal de Lima e do Clube da União. Outra grande atração da cidade é o Circuito Mágico Del Água, no Parque de La Reserva. É uma praça cheia de fontes, uma de cada estilo e com iluminação especial. Além de assistir, o público pode participar do espetáculo. O circuito está no Guinnes Book como a maior fonte do mundo.
Um vídeo do Circuito Mágico del Água
Transporte Local
Use o táxi. Há mais táxi do que gente em Lima. E não pense que é por conta da demanda de turistas. Os nativos usam os táxis tanto quanto os visitantes. O preço é bom, mas é preciso barganhar. Não há tabela, mas há muita lata velha circulando pela cidade. Cuidado. Quer dicas de barganha de táxi em Lima? Não deixe de ler esse post do pessoal do SundayCooks. No geral, a capital peruana tem bons preços e a negociação é possível com todos os vendedores e até nas lojas. As entradas em pontos turísticos também têm preços bem acessíveis.
Cuidados importantes em Lima
Sobre os pontos negativos, vale destacar o trânsito de Lima. É um verdadeiro caos. A atenção deve ser redobrada em qualquer rua. Os motoristas não respeitam os coleguinhas e muito menos os pedestres. Buzinam pra cumprimentar, pra xingar, pra dizer que vai virar, pra pedir que o outro saia da frente… A impressão que se tem é que a seta foi substituída por buzina. Não visitamos a noite de Lima, mas fomos alertados sobre muitos cuidados. Não se recomenda que mocinhas andem sozinhas pelas ruas, os turistas são abordados por “promoters” das boates que, além de oferecer convites para a night, oferecem uns pozinhos brancos para os turistas.
Cuidado com o dinheiro, assim como em todo canto do mundo, há muitos nativos doidinhos para passar a perna nos turistas (e muitos conseguem). Em Lima é muito comum receber soles falsos. Quando você usa sole em uma compra, os vendedores examinam cada nota sua antes de entregar o produto. Nas ruas você verá muita pobreza e inúmeros pedintes. Também é comum encontrar sujeira nas calçadas, principalmente em locais menos visitados pelos turistas. A escolha dos restaurantes também merece destaque. Saneamento básico não é o forte da capital – assim como em todo o País, então é preciso cuidado na hora de decidir onde comer e o que comer.
No mais, é só relaxar e curtir tudo que Lima pode oferecer. Certamente será um roteiro encantador.
Depois volta aqui e conta pra gente se eu menti muito ou pouco. Boa viagem!
* Roberta Luiza é jornalista, viajou conosco ao Peru e colaborou gentilmente com o Across The Universe. Gosta de viajar e escrever, mas tem preguiça e pouca disciplina para manter um blog? Colabore com a gente você também! 😉
Informações Adicionais
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