Tour pelo Salar de Uyuni: 2° dia
No segundo dia da nossa viagem pelo Salar, todo mundo amanheceu destruído pela noite mal dormida. Tomamos o café da manhã (panquecas com doce de leite, leite, chá, café) e encontramos Alcides já do lado de fora da pousada, totalmente revigorado. Parecia outra pessoa. Conversador, bem humorado e prestativo. Nos explicou espontaneamente o que havia acontecido no dia anterior. Ele havia passado a noite dirigindo de Uyuni até o posto de imigração da Bolívia. Ou seja, nos buscou para fazer um tour sem a mínima condição de manter os olhos abertos. Mas relevamos na esperança de que, com essa noite de sono devidamente reposta, tudo ia dar certo.
O dia foi puxado. Andamos muito nesse segundo dia. Na verdade mais percorremos os quilômetros do que paramos para apreciar os pontos turísticos. A primeira parada foi no Arbol de Piedra, um conjunto de formações rochosas resultado do processo de erosão causado pelos ventos. A pedra principal, tem o formato de uma árvore, daí o nome do local (Arbol de Piedra = Árvore de Pedra).
Continuando nossa viagem, passamos por duas lagunas altiplânicas: a Laguna Honda e a Laguna Hedionda.
Almoçamos na última, que estava encantadoramente cheia de flamingos. O almoço foi arroz, milho, atum, azeitona, coca-cola quente e uma torta de batata muito boa que ele havia cozinhado ainda na pousada. Quando paramos ela ainda estava morna.
Seguimos viagem sem muitas paradas. Vimos paisagens incríveis (as mais lindas, na minha opinião), mas Alcides não fez nenhuma parada nessa região.
Até que juntou a vontade de fotografar com a vontade de fazer xixi e ele parou depois que pedimos. Esse dia foi bem puxado, pois mais percorremos a estrada do que apreciamos os pontos turísticos ou paisagens.
Já no fim do dia, passamos por um vale que seria tipo um pasto cheio de Lhamas. Centenas. Todas adornadas com pedaços de retalhos coloridos.
Alcides explicou que cada família que coloca as Lhamas naquele pasto, usa uma cor diferente para poder identificar seu “rebanho”, pois o pasto é coletivo.
Ele também não pretendia parar alí, mas um dos australianos pediu para tirar uma foto. Paramos e ele viu que o pneu estava furado. Trocamos rápido e seguimos viagem.
Esse foi um dos piores trechos. Umas subidas beeeem íngremes, muita poeira e a estrada era bem tensa. Nesse ponto a viagem foi ficando bem cansativa. Fim do dia, as paisagens já eram repetidas e aquele batidão dentro do carro parecia não ter mais fim.
Chegamos cansados, mas bem curiosos para conhecer o hotel de sal. Por fora, mais uma casinha simples da Bolívia, por dentro é tudo branquinho. Você percebe claramente os tijolos de sal. O corredor principal tinha azulejos (achei um luxo para o que estávamos vivendo naqueles dias) e alguns quartos também. Em outros, o chão era de pedrinhas de sal mesmo.
Nesse hotel podíamos escolher entre quarto individual, duplo, de casal. Mas o Alcides ligou antes e já reservou, pois corria o risco de quando a gente chegar os quartos de casal, por exemplo, já estarem ocupados. Então quando chegamos já estavam separados. Nosso grupo de 6 se dividiu em 3 quartos duplos. Mal deixei minha mala no quarto e corri para comprar meu ticket da ducha (sim, a ducha era paga – 10 bolivianos – com o uso limitado em no máximo 8 minutos, pois só há uma única ducha para o hotel inteiro) e alcancei a façanha de ser a primeira.
DUCHA – BANHO – QUENTE
Parecia um sonho. Que importa se o chuveiro não tinha pressão e se eu tinha apenas 8 minutos para lavar tudo (incluindo o cabelo que cheirava galinha queimada)? Eu tava muito feliz com aquele banho. Depois até tomamos um vinho no refeitório que era todo de sal. Havíamos de comemorar. Como chá da tarde, serviram um chá com bolachas, mas como já chegamos quase no fim do dia, logo já veio o jantar. E – surpresa – um vinho boliviano. Nessa noite o jantar foi menos saboroso, todos concluíram. Era sopa, pão e um prato com batata, cebola, salsicha e carne moída, que segundo o cozinheiro, era de Lhama.
Dormimos cedo, pois no dia seguinte sairíamos às 5h30 da manhã. A noite foi agradável e não sentimos frio.
No próximo post, conto como foi o nosso terceiro e último dia de tour!
Informações adicionais
Outros posts dessa série:
– Tour pelo Salar de Uyuni: o 1º dia
– Tour pelo Salar de Uyuni: o 2º dia
– Tour pelo Salar de Uyuni: o 3º dia
– 11 Coisas que você precisa saber antes de ir para a Bolívia
– Salar de Uyuni e Deserto do Atacama: qual a logística ideal?
– Deserto do Atacama e Salar de Uyuni: o que levar na mala?
Não deixe de ler também a série Mochilão pela América do Sul onde nossa amiga Analice Calaça conta com detalhes o seu tour pela Bolívia, Chile e Peru, incluíndo o Deserto do Atacama e o Salar de Uyuni.
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