O que ver no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves
Mesmo depois de quase uma década morando em Brasília, o Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves ainda me passava despercebido. Não se trata de um prédio discreto. Pelo contrário, é mais um monumento suntuoso com assinatura de Oscar Niemeyer e que fica em plena Praça dos Três Poderes.
Talvez por ficar no fundinho da praça, talvez por não conhecer ninguém que já tenha visitado o museu ou ao menos comentado sobre. Mas a verdade é que eu realmente nem sabia da existência desse espaço em homenagem àqueles que lutaram pela liberdade e pela democracia brasileira, em especial ao (quase) ex-presidente da república, Tancredo Neves.
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O prédio do Panteão da Pátria
Cercado pelos palácios do Congresso, do Planalto e do Supremo, o prédio do Panteão da Pátria foi inaugurado em 7 de setembro de 1986. Tem traços característicos da arquitetura de Niemeyer e simboliza uma pomba. Em 2007, o prédio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), junto com outras 34 obras de Oscar Niemeyer.
Apesar de muito grande por fora, a exposição permanente não é tão extensa. Há dois salões amplos, um em cada andar. Do lado de fora, uma pira. A pequena chama representa a independência do país e a liberdade do povo.
Ela foi acesa no local logo após o fim da ditadura militar. Fica em cima de uma coluna diagonal de mármore branco. Em 2016, após análise da Defesa Civil, a chama precisou ser apagada para controle de vazamento na tubulação de gás. O serviço demorou 2 anos e só em 2018 a chama voltou a brilhar.
A exposição
Ao todo são dois pavimentos e inúmeros detalhes ligados à ideia de liberdade e democracia. Uma exposição permanente conta a história cronológica da vida e obra de personalidades da política brasileira, com especial destaque para Tancredo Neves. Vários acontecimentos históricos estão relacionados nesse painel.
Uma mesa ao lado, mostra documentos diversos sobre a campanha de Tancredo Neves à presidência. Há também cartas parabenizando pela vitória e outros detalhes em formatos de vídeos, fotos e conteúdo interativo. No fundo, Mural da Liberdade, uma obra chamativa do artista plástico Athos Bulcão.
No entanto, o ponto alto do museu fica no andar de cima. À princípio, quando entrei, achei “mal aproveitado”, porque é um grande salão e poucos itens. Mas quando você fica sabendo da ideia de Niemeyer ao projetar o local, tudo se encaixa.
Segundo seu projeto, “o grande salão terá um ambiente escuro, quase cósmico, onde apenas o livro de aço, o mural e o vitral serão destacados com brancos fachos de luz”. E assim foi feito. O incremento ficou por conta de um enorme painel histórico da Inconfidência Mineira, de João Câmara Filho. Em preto e branco, as imagens chamam a atenção pela riqueza de detalhes.
No outro canto do salão, destaque para os vitrais de Marianne Peretti, que também assina os vitrais da Catedral de Brasília e os do Mausoléu, no Memorial JK. Ao mesmo tempo que decora, a obra permite que um pouco de iluminação natural invada a sala.
Livro de Aço
O espaço abriga ainda o Livro de Aço, também chamado de Livro de Heróis da Pátria. Nele estão os nomes de 62 pessoas que contribuíram com algum feito ao Brasil. O primeiro a ter registro no livro foi Tiradentes. Por isso sua história é retratada no painel logo atrás.
Entre os nomes que estão homenageados no Panteão da Pátria, está o do ex-presidente Getúlio Vargas, Luís Gonzaga Pinto da Gama, advogado, um dos raros intelectuais negros no Brasil escravocrata do século XIX, Bárbara Pereira de Alencar, primeira presa política do Brasil, Marechal Luís Alves de Lima e Silva, duque de Caxias, Francisco Alves Mendes Filho, o “Chico Mendes”, Santos Dumont, Zumbi dos Palmares, entre outros.
Alguns nomes são mais recentes e dizem que há uma grande lista com personalidades que aguardam aprovação para receber essa homenagem.
Informações gerais
O Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves fica aberto de terça a domingo, sendo que de terça a sexta funciona das 9h às 18h e aos sábados e domingos fecha um pouco mais cedo, às 17h. A entrada é gratuita.
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