Roteiro de 2 dias em Joanesburgo

Ao procurar sugestões de roteiro por Joanesburgo, vi muitas indicações de 3 ou 4 dias e fiquei com pesar de ter reservado poucos dias para a maior cidade da África do Sul. Mas a verdade é que ela não é exatamente a parte mais interessante do país. Eu ousaria dizer, inclusive, que é a parte menos interessante. Por isso, sugiro colocar primeiro no seu roteiro, para que você a explore com a empolgação e curiosidade que talvez não tenha no fim da viagem. Porque no fim, geralmente, você já está cansado e até familiarizado com tudo o que poderia ser novidade e encantador no início. 

Veja aqui nosso roteiro de 10 dias pela África do Sul

Quantos dias ficar em Joanesburgo

Com um dia inteiro por Joanesburgo, dá para aproveitar bem. Claro, desde que esse dia não seja o mesmo da sua chegada, o que significa que estará cansado e que muitos imprevistos podem acontecer. No nosso caso, desembarcamos em Joanesburgo antes das 9h da manhã. Mas até que passamos pela imigração, pegamos a bagagem, reclamamos do estrago em uma das malas, compramos um sim card, trocamos dinheiro, pegamos o carro na locadora e chegamos no apartamento que havíamos reservado, em Sandton, já era quase meio dia. 

Aí depois de tomar banho e nos arrumar para sair, tivemos um imprevisto com o carro que não funcionou e esperamos o atendimento (péssimo, por sinal) da locadora Hertz por mais de 3 horas. Ou seja, só começamos a explorar a cidade depois das 16h, o que reduziu muito nosso roteiro, mas também serviu para otimizar nosso tempo. O ideal, para fazer tudo com calma, seriam dois dias inteiros

Roteiro por Joanesburgo: Dia 1

Nesse primeiro dia só fomos até a Mandela Square, onde almoçamos (quase na hora da janta) no Tashas, um restaurante com ambiente agradável, cardápio variado e bons preços. O Tashas fica exatamente na Praça Mandela Square, do ladinho da estátua do Nelson Mandela. Alí você encontra diversos restaurantes e ainda um shopping anexo, o Sandton City


Dalí fomos para Melrose Arch, uma área bem diferente da cidade, que tem acesso controlado e é cercada por hotéis, galerias com lojas luxuosas, cafés e restaurantes variados. É uma das regiões mais seguras para quem gosta de vida noturna. Algumas ruas são fechadas e chegamos um dia depois da inauguração da decoração de Natal. 

Roteiro Joanesburgo: Dia 2

No dia seguinte, acordamos bem cedo e pegamos a estrada rumo ao Lion Park. Escolhemos começar por ele justamente porque enquanto todos os atrativos turísticos ainda estavam fechados, estávamos percorrendo o caminho até lá. Deu certinho. Saímos às 6h30 (ainda estávamos meio que no fuso brasileiro, então nem foi tão difícil acordar cedo), mas ainda pegamos muito trânsito (sempre pesado em Joanesburgo).

Chegamos lá assim que o parque abriu, às 8h30. São quase 70km, mas o tempo maior foi para sair de Joanesburgo mesmo. De qualquer forma, antes das 11h já estávamos pegando a estrada de volta. Eu adorei o Lion Park. É o safari nutela, claro, mas não deixa de ser empolgante.

E é uma forma de ver alguns bichos que talvez você não consiga ver no Kruger National Park. Nós, por exemplo, não vimos leões no Kruger. Já no Lion Park vimos até os leões brancos, uma espécie rara que ficou a poucos metros do nosso carro. Aqui tem post completo falando sobre nossa experiência no parque.

Soweto

De volta a Joanesburgo, fomos direto ao Soweto para conhecer a Casa do Mandela. Apesar de ser bem pequena, ela foi transformada em um museu. Alí ele viveu com a primeira esposa e o filho desde 1946 até 1962, quando foi preso.

O ingresso custa 60 rands (cerca de R$15) e o bairro também vale a visita. Inclusive há muitos tours guiados pelas ruas do bairro onde viviam as pessoas denominadas “non-whites” durante o regime do apartheid. Atualmente você ainda observa a população majoritariamente negra no Soweto. 

A rua da Casa do Mandela (Vilakazi Street) é a única no mundo onde já moraram dois ganhadores do Prêmio Nobel: ele e o arcebispo Desmond Tutu (a casa dele não é aberta à visitação). Hoje essa rua se transformou em um local extremamente turístico, com muitos ambulantes, pedintes, bares e restaurantes. Eu gostaria de ter andado um pouco mais, mas o assédio de ambulantes e pedintes estava pesado e acabamos desistindo.  

Restaurante Sakhumzi

Antes de ir, havia lido várias recomendações sobre o Restaurante Sakhumzi, que seria a típica comida caseira da África do Sul. O restaurante fica na mesma rua da Casa do Mandela e o buffet à vontade custa 220 rands (em torno de R$50). No entanto, não achei que valeu a pena nem pela comida, nem pelo ambiente ou mesmo o atendimento.

Achei que o buffet tinha poucas opções e a comida não tava muito saborosa. Durante toda a viagem pela África do Sul comemos muito bem e por preços bem mais em conta. Esse foi o único que não aprovamos. 

Museu do Apartheid

Um roteiro por Joanesburgo também não pode deixar o Museu do Apartheid de fora. Na parte da tarde, fomos até lá e vimos muito mais sobre a história do regime e sobre a vida de Nelson Mandela. O museu oferece uma experiência mais sensorial e rica em detalhes. Logo na entrada, as catracas separadas para brancos e negros, dão uma ideia do quão discriminatório foi o regime. O ingresso custa 95 rands (em torno de R$23). 

Centro de Joanesburgo

De lá, seguimos até o centro de Joanesburgo, que, como na maioria das grandes capitais, não é o lugar mais bonito. Fomos até o Carlton Centre, um dos maiores edifícios de Joanesburgo e onde funciona um shopping popular bem movimentado. De lá é possível ter uma vista panorâmica da cidade. O ponto é conhecido como Top of Africa.

Alí ficamos um pouco perdidos até encontrar o caminho para subir ao último andar do prédio. Na verdade você precisa encontrar uma mini cabine escondida atrás das agências bancárias e perto do único elevador que sobe os 50 andares.

Pagamos 20 rands por pessoa para chegar ao andar superior, de onde se tem uma visão panorâmica da cidade. Apesar da vista, que deve ser bem legal para um pôr do sol, achei o local abandonado, com estrutura mal conservada. Mas vale a visita.

Observações sobre o roteiro por Joanesburgo

Dois fatores contribuíram para a otimização do nosso roteiro. O primeiro foi o aluguel do carro. Pode não parecer uma boa ideia, já que é mão inglesa na África do Sul e Joanesburgo é uma cidade gigante. Mas isso fez toda a diferença, pois conseguimos ir em vários pontos da cidade com agilidade. Tendo um GPS ou celular com aplicativo do tipo waze ou google maps, não tem erro.

Fizemos nossa reserva pela RentCars, que busca os melhores preços entre todas as locadoras. {Fazendo sua reserva através desse link você ajuda o blog a manter esse conteúdo. 😉 } O segundo item que fez toda a diferença foi a hospedagem. Reservamos pelo booking um apartamento em Sandton, região tranquila e relativamente próxima de tudo.

Pagamos 880 rands por 2 diárias (aproximadamente R$220) em um apartamento de 1 quarto totalmente equipado e seguro. Os donos foram super simpáticos e prestativos com a gente. Super recomendo. A reserva pode ser feita pelo Booking, que também é parceiro aqui do blog. Mas sobre valores de toda a viagem, sugiro ver o post sobre quanto custa uma viagem para a África do Sul. 

Outra sugestão que deixo para quem não quer arriscar em dirigir um carro em uma cidade grande como Joanesburgo é pegar um tour em português, que já tem o transfer e te leva ao Soweto com guia. Você pode fazer a reserva do seu ticket pelo site da Civitatis

Fez um roteiro diferente? Tem alguma sugestão? Deixe aqui nos comentários.



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Comentários

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  4. Henrique
    21 jun 2019

    Oi Poliana, achei interessente essa opção do carro para andar em JNB. Como foi pra achar vaga nesses locais que você vistou?

  5. Henrique
    21 jun 2019

    Oi Poliana, achei interessante essa opção do carro para andar em JNB. Como foi pra achar vaga nesses locais que você vistou?

    • OI, Henrique. Foi bem tranquilo. Alguns lugares, como no Sandton City e Carlton Centre pagamos estacionamento no próprio prédio, mas foi bem barato. A cobrança foi por minuto. No lions park tem estacionamento amplo e tranquilo, no museu do apartheid tbm. Já no Soweto, se estacionar na rua principal, os flanelinhas chegam junto. Mas só estacionar em qualquer outro lugar que não tem esse assédio.

      • Henrique
        01 out 2019

        Oi Polliana, voltei ontem da Africa do Sul. Segui quase todas suas dicas do Blog. Acabou que fomos no primeiro dia, logo depois que chegamos, para o Lions Park.. Achei que ia ser bem mais nutela mas até que foi bem legal.. Caramba e realmente o assédio em Soweto é complicado. No meu roteiro de JNB fomos em Soweto no segundo dia (domingo). Primeiro passamos na igreja Regina Mundi (estava vazia), tinha uns locais lá bebendo e escutando musica no estacionamento, achei de boa. Depois seguimos para o Memorial Hector Pieterson, aí eu entrei pela Pela St, tinha um estacionamento amplo e vazio lá mas veio um flanelinha correndo do lado do carro eu desisti e segui na via e parei na frente da K&K Soweto Bakery. Ali achei q ia ser estratégico pra ver a feirinha e o memorial. Aí veio outro flanelinha com uma conversa fiada, perguntou se eu era brasileiro q nós eramos irmãos e tal.. Falou que ali era seguro, falou q tava cuidando do carro do lado (era uma range rover) e que so ia querer uma ajuda.. Perguntou quanto tempo eu ia deixar o carro lá eu falei q era pouco tempo, menos de 1 hora. Aí ele falou que ia ser 150 rands, pagava 75 antes e 75 depois. É mole? No inicio não entendi, pq ele falou q era one fifity, e eu tava achando q era fifteen (kkk engano meu) depois q entendo falei q tava caro, ainda ofereci 50. Aí ele falou q era 50 antes e depois (daria 100), e que aquele era preço de “irmão para irmão”. Minha esposa ficou meio pau da vida com a conversa do cara e falou pra irmos embora, aí ele ainda veio querer insistir mais mas já tinhamos decido sair (ele ainda veio seguindo e falando atrás do carro um tempo, querendo negociar). Aí fui ver se achava outro lugar, fui em um estacionamento que fica atravessando a Kumalo Main Rd, bem do lado oposto do memorial. Não tinha nenhum flanelinha na hora, quando estacionei q descemos do carro o mesmo cara veio vindo lá do outro lado da rua já falando.. kkkkkkkkkkk Aí antes de ele chegar entramos no carro e fomos embora lá pra casa do Nelson Mandela.. Aí já tava mais esperto, estacionei lá mais pra cima da rua e descemos andando.. Mas lá perto da casa já vem o povo querendo cantar pros brasileiros (pra ver se conseguia uma gorgeta), os ambulantes com aquela conversa fiada .. Entramos na casa, depois fomos descendo a rua pra ver a casa do TUTU e depois fomos andando mesmo lá para o Hector Pieterson Memorial. Vc acredita q o mesmo flanelinha ainda veio me perguntar onde tinha colocado o carro? Aí nisso demos uma desanimada, voltamos pro carro e fomos embora.. Nem arrisquei almoçar lá perto pra não ter mais encheção de saco.. Uma pena pq queriamos ter aproveitado bem mais o lugar mas o pessoal ali tem o dom de afastar os turistas…

      • minha nossa, Henrique. Incomoda mesmo, né? Tem gente que leva na esportiva e até gosta de ficar dando conversa, mas sabendo que querem nos explorar, fica difícil. Obrigada pelo relato. Com certeza vai servir para outros leitores terem uma noção de como é a realidade nessa região.

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  8. Douglas
    14 ago 2019

    Legal esse roteiro em Joanesburgo. Para conhecer bem a cidade, quantos dias seria o ideal?

  9. Cleo
    16 set 2019

    Olá
    Existe serviço tipo Uber na capital e Cidade do Cabo?

  10. Rosinha
    04 out 2019

    Como comprar e onde o chip de internet e se trocou real pela moeda deles no aeroporto

    • Rosinha, o chip é vendido no aeroporto mesmo. Pacotes de 1GB a partir de 149 rands (+/- 40 reais).

    • Oi, Rosinha… sim, comprei o chip no aeroporto e troquei DÓLARES pela moeda deles no aeorporto de joanesburgo, assim que cheguei. Não adianta levar dinheiro em real. Precisa trocar por dólar primeiro aqui no Brasil.

  11. Olá, achei bem legal seu relato e tenho algumas perguntas.
    – Joanesburgo é realmente perigosa ao ponto de ter tantos avisos em postagens e falas de viajantes? Não senti isso em seu relato.
    – Estou hospedado no Monarch Hotel https://www.monarchhotel.co.za/ por causa de uma promoção e agora estou em dúvida sobre a localização.
    – ficarei 3 dias e pensei realmente em fazer quase tudo que você mencinou, menos o passeio ao Lion park, mas se não for isso, o que fazer?
    Obrigado

    • OI, Robson. Não me senti insegura em nenhum momento, mas realmente fomos alertados sobre insegurança a todo o momento, inclusive pelos donos do apartamento onde nos hospedamos. O sistema de segurança deles é de assustar. Mas na prática, não passamos por nenhuma situação que pudesse nos causar insegurança.
      O hotel que você escolheu me pareceu muito bom e está em uma boa região sim.

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  13. Cris Santiago
    14 nov 2019

    Ola….Estou indo para Joanesburgo em Janeiro de 2020. Que maravilha ter encontrado seu blog.
    Obrigada

  14. Daiane
    25 jan 2020

    Oi Poliana! Tudo bem? Muito sincero seu post! Chegarei em Joanesburgo (vinda de Cape Town) pelas 17h30 e estou em dúvida se fico hospedada em uma região mais próxima do aeroporto ou se fico em Sandton, considerando o roteiro. No dia seguinte, pretendo ir no museu do Apartheid e no Soweto (por enquanto estou com dificuldades em achar um tour mais acessível! Achei muito caro e em português é o dobro, mas meu inglês é muito pobre e minha mãe, que vai junto, não entende nada). Então, o tour certamente me buscará e levará de volta para o hotel. No dia seguinte, preciso estar umas 8h no aeroporto. Se estiver em Sandton, pegarei um uber. Se estiver próxima do aeroporto, fecharei transfer do próprio hotel. O que você recomenda? Eu confesso estar com vontade nenhuma de conhecer Joanesburgo, mas o museu é meu principal interesse… conhecer um pouco mais da história. Também não gostaria de nos colocar em risco, visto que minha mãe tem mais idade. Se puderem contribuir com teu olhar… ficarei agradecida. Um abraço!!

    • Oi, Daiane. Entendo seu receio com sua mãe. Vc pensou em alugar um carro ou não quer arriscar? Mesmo com o tempo apertado, me hospedaria em Sandton mesmo (o local que fiquei é bem legal para 2 pessoas e os anfitriões foram muito atenciosos. Esse aqui!). Na volta do safari me hospedei próximo do aeroporto e não tem tantas opções baratas e nem boas… achei a regiao sem opções de comércio tbm.

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  16. O contraste em Joanesburgo me chamou a atenção. Fiquei em Maboneng e o entorno é muito pobre, sem infra-estrutura digna. Muito diferente dessa parte do shopping. O Museu do Apartheid é barra pesada, né? Muito triste!!! Foi uma experiência única.

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