As Cataratas do Iguaçu, o lado argentino

Para ter uma experiência completa nas Cataratas do Iguaçu, sugiro fortemente que você não ignore o lado argentino. Ah, então é mais bonito? Não exatamente. É verdade que é, no mínimo, mais impressionante, mas porque é um experiência bem diferente, comparando com o lado brasileiro.

E, aliás, aqui cabe uma polêmica. Os argentinos costumam se gabar, dizendo que o lado deles é mais bonito. Mas a verdade é que pelo parque brasileiro, você avista as cachoeiras argentinas. E lá do lado de propriedade dos hermanos, você avista as nossas cachoeiras. E sejamos justos, o lado brasileiro é mais beleza, mas o lado argentino é mais aventura. 

Outra programação para quem está em Foz do Iguaçu: compras no Paraguai

Preço do ingresso para o lado argentino

Intrigas à parte, é um passeio maravilhoso e para o dia todo. Recomendo chegar cedo para aproveitar bem – o parque abre às 8h. O preço do ingresso para o Parque Nacional Iguazu é de 640 pesos para adulto (mais ou menos R$50 na cotação de outubro de 2019).

Esse valor é para turistas de países do Mercosul, que é o caso de nós brasileiros. Você pode comprar o ingresso na porta ou fazer a compra online pelo site oficial (aqui) e retirar o ticket lá. Essa última opção te faz pegar um fila bem menor. Apresente RG ou Passaporte na hora da compra do ingresso.

Crianças de até 5 anos não pagam e entre 6 e 12 anos pagam apenas 260 pesos. Se achar que um dia é pouco (e é mesmo) para conhecer o lado argentino das cataratas do iguaçu, o parque oferece um desconto 50% no valor do ingresso do segundo dia. No caixa dá para pagar com peso ou cartão de crédito (desde que liberado para uso internacional). Lá dentro, as lanchonetes aceitam pagamento também em real.

Como se locomover dentro do Parque argentino

Não sei se a área do parque argentino é maior que a do brasileiro, mas é bem verdade que desse lado você vai precisar caminhar distâncias maiores, mesmo porque são três trilhas no total. Para chegar ao ponto de partida delas, você pega um trenzinho que, claramente, não dá conta da demanda de visitantes.

O trem sai a cada meia hora e, para embarcar, você precisa pegar um ticket que é distribuído por um funcionário próximo à estação. Esse ticket é emitido por ordem de chegada e nele sai o número do trem e o horário. Pelo painel da estação, você vai acompanhando. Sempre demora. Como são poucos trens, geralmente você leva uns 40 minutos, em média.

Veja também: Onde comer em Foz do Iguaçu

A vantagem desse novo esquema do ticket é que você não precisa se amontoar em filas para garantir seu lugar. Pode sentar e até fazer um lanche na lojinha da estação, enquanto espera seu trem. Para os amantes de trilha e aqueles com boa disposição: é possível fazer a pé esse trecho do trem.

O legal é que o lado argentino das Cataratas do Iguaçu é cheio de borboletas. É lindo reparar as dança delas pelo caminho (dá para ver tanto a pé, como de trem). 

Trilhas da Cataratas do Iguaçu

Ao pegar o trenzinho, minha sugestão é que você desça na última estação (a da Garganta do Diabo) e faça esse percurso primeiro. São 2,2km (ida e volta) de uma trilha suspensa e bem estruturada, que atravessa o Rio Iguaçu e leva até a boca da cachoeira. O percurso é todo plano (como uma ponte mesmo sobre o rio) e é 100% acessível para cadeirantes.

Quando você chega na Garganta do Diabo, você entende porque o lado argentino é mais impressionante. Aqui você vê de perto a força das águas, porque estará exatamente em cima da maior das cachoeiras. Nesse ponto você se ilhoa com a “fumaça” da água que sobe e é preciso estar atento ao aparelho celular e máquina fotográfica. Em época de maior volume de água, molha ainda mais.

Circuito Inferior X Circuito Superior

A trilha de volta é a mesma e, lembrando, sem sombra. Passe protetor solar e também repelente, porque dependendo da época, tem muito mosquito no parque. Ao retornar para a estação do trem, pegue outro ticket para a volta e aguarde sua vez. Aqui também tem lanchonete. Ao pegar o trem, desça na próxima estação, que é ponto de início das outras duas trilhas: a do Circuito Inferior, de 1,4km, e a do Circuito Superior, de 1,6km.

Falo para fazer a trilha da Garganta do Diabo primeiro porque é a mais interessante e a ida às demais pode depender da sua disposição e preparo físico. E também porque os grupos que estão com guia, deixam essa para o final, então é bom você ir mais cedo. O espaço é disputado.

Se não tiver limitação, faça as três

Recomendo fortemente que você faça as 3 com calma, sem pressa. Mas entendo que não é todo mundo que tem condições de caminhar mais de 5km, que é o total das 3 trilhas. Então, se for escolher só mais uma para fazer, vá na do Circuito Inferior, por onde você vê as cataratas mais debaixo, já que na Garganta do Diabo você já viu uma boa parte por cima.

Mas repito: vale a pena ir nas três. E falo mais! Vale a pena fazer o passeio Gran Aventura, que é equivalente ao Macuco Safari, feito do lado brasileiro. Eles são parecidos (um passeio de bote pelo rio para observar as cataratas por baixo), mas o Gran Aventura é mais radical. Eles chegam bem próximo das quedas d’água e você se molha bastante. Mas é bem divertido.

Para fazer o Gran Aventura, você precisa ter acima de 12 anos, pagar o passeio à parte e reservar o horário assim que chegar no parque. O ideal é chegar bem cedo, fazer as trilhas e deixar para fazer o Gran Aventura no fim do dia (o último horário é o de 15h30). Calcule duas horas da sua programação para esse passeio.

Para comer

Se faz questão de um almoço, é bom você se programar para comer lá dentro. É que só tem um restaurante e ele fica entre a recepção do parque e o ponto de partida do trem. Você pode ir e vir de trem quantas vezes quiser, mas como expliquei alí em cima, vai gastar muito tempo porque o trem está sempre cheio.

Mas nas estações onde iniciam as trilhas há boas lanchonetes. Você pode fazer um lanche em alguma delas (vendem sanduíches, salgados, refrigerante, cerveja e pacotes de biscoitos e salgadinhos diversos), ou mesmo levar o seu na mochila e deixar para almoçar no fim do dia no restaurante do parque.

Uma outra boa ideia é ir comer em algum dos excelentes restaurantes do centro de Puerto Iguazu. Como estávamos de carro, foi isso que fizemos e aproveitamos para dar uma voltinha na cidade. Aliás, não deixe de ler esse outro post contando tudo o que tem para fazer em Puerto Iguazu.

Como chegar nas cataratas do lado argentino

Para chegar no lado argentino das Cataratas do Iguaçu, você tem a opção de contratar um tour (recomendo o da Civitatis – dá para fazer a reserva online), ir de carro próprio/alugado ou ainda contratar um taxista (explicamos melhor todas essas opções nesse outro post aqui).

Atualmente o táxi cobra em média R$ 220 para levar e depois te buscar. É uma boa opção se estiver em 3 ou 4 pessoas para dividir esse valor. Se estiver sozinho, o tour sai mais em conta. 

Indo de carro

Para ir com carro próprio, é preciso tirar a Carta Verde. É uma espécie de seguro obrigatório da Argentina. Se você for parado sem, paga uma multa altíssima. Portanto, não se arrisque. Você pode tirar esse documento em casas de câmbio no centro de Foz do Iguaçu e também já na fronteira, ainda do lado brasileiro, tem a Churrascaria Show Brasil, que fica na beira da pista, do lado esquerdo. Dentro dela tem a Casa de Câmbio Frontier que emite. 

Da última vez, fomos de carro próprio e foi lá que fizemos. Em outubro de 2019 esses eram os valores, que depende do tempo que você pretende passar no país. Mas o mínimo do seguro é de 3 dias.

Você também pode deixar para fazer do lado argentino. Assim que passar pela imigração deles você já vê alguns escritórios do lado direito com placa de “carta verde”. Segundo a moça que nos atendeu na imigração, os valores costumam ser mais baratos que os praticados no Brasil. Só não soube dizer quanto.

Para ir de carro, some também aos gastos o ticket do estacionamento no Parque das Cataratas, que custa 170 pesos. E para todas essas opções é preciso calcular o tempo que você levará na fronteira, aguardando a verificação de documentos de um por um. Muito raro não ter fila. Não esqueça de levar sua CNH, RG (só aceitam se tiver sido emitido há no máximo 10 anos) ou Passaporte. 

Onde ficar em Puerto Iguazu

Se hospedar em Puerto Iguazu pode ser uma excelente ideia para se conhecer o lado argentino das Cataratas do Iguaçu. Os preços são bem atrativos e os hotéis dalí costumam ter excelente estrutura. Como sugestão, deixo o próprio Hotel La Sorgente, que tem uma das melhores avaliações e abriga um dos melhores restaurantes de Puerto, o La Toscana.

Outro hotel interessante é o Mérit Iguazu Hotel, que é hiper moderno. Considere também o Saint George, que fica bem no centro e tem uma grande estrutura e bons preços. E o Iguazu Jungle Lodge merece pelo menos sua curiosidade Se precisa de algo mais econômico, olhe o Saint George. Precisa de algo mais barato ainda? Indico o Saint George e o Saint George. Mas, se ainda assim, optar por se hospedar do lado brasileiro, veja aqui dicas de onde ficar em Foz do Iguaçu.

Últimas dicas:

• Coloque o celular no modo avião quando estiver se aproximando da fronteira. Lá no parque eles oferecem wifi e funciona em quase todo canto. Acho que não vale a pena pagar roaming internacional só para um dia. Mas se é indispensável para você recomendo o chip da Uni. Dá para fazer seu pedido por aqui. 
• Horário de funcionamento: o parque abre todos os dias às 8h. Você pode entrar até 16h30 e ficar até 18h. 

Ficou alguma dúvida? Deixe aqui nos comentários que respondemos rapidinho. 

Não deixe de ler todos os outros posts já publicados sobre Puerto Iguazu e Foz do Iguaçu.