Mochilão de 25 dias pela América do Sul: Bolívia, Chile e Peru
Recentemente fiz um mochilão pela América do Sul com outras cinco meninas e hoje começo a relatar aqui cada detalhe dessa viagem que durou 25 dias. Foi uma das viagens mais espetaculares e marcantes que já fiz. Ok… está certo que eu ainda não viajei nem um terço do que pretendo, mas não tenho dúvidas de que essa tenha sido uma das mais importantes. Teve um sabor especial porque representou estreias: foi o nosso primeiro mochilão, três de seis meninas não conheciam outro país e uma delas não conhecia o mar. Considerando que o objetivo desse tipo de viagem é adquirir e somar experiências, não poderia ser mais perfeito.
O planejamento
Tudo começou quando a Aline teve a ideia de fazer um mochilão. Precisou de alguns anos para que a ideia amadurecesse e saísse do papel. A Aline já havia trabalhado com a Jociele e a Moara, no Mato Grosso, onde surgiu o convite. Também comentou sobre a viagem com a Pollyana e Jacqueline, que conheceu há vários anos, em uma mesa de bar em Uberlândia, e elas toparam. E a Jo, a única que eu conhecia, estendeu o convite à mim. Pronto, o bonde foi formado.
Começamos a planejar o roteiro com nove meses de antecedência e após muita pesquisa definimos que o nosso mochilão incluiria três países – Bolívia, Chile e Peru e que seria exclusivamente feminino. Depois de muito mimimi do público masculino, incluindo namorados e amigos que desejavam nos acompanhar, por fim, partimos em Maio de 2014 rumo ao nosso primeiro destino, ainda no Brasil – Campo Grande. Essa foi a cidade escolhida como ponto de encontro entre o grupo. Cada uma de nós é de um canto e duas optaram por ir de avião direto para Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Não foi o meu caso e o das outras quatro garotas; decidimos por conhecer o famoso Trem da Morte. E assim iniciava nossa jornada que duraria 25 dias.
Puerto Quijarro e o Trem da Morte
Em Campo Grande, dormimos na casa de uma amiga e partimos no primeiro ônibus da Viação Andorinha com destino a Corumbá/ MS, às 6h30 (as passagens podem ser compradas pela internet, pagamos R$ 86,96 no ônibus convencional). Essa é a cidade que faz fronteira com a Bolívia, onde pegamos o famoso “Trem da Morte” com destino a Santa Cruz de La Sierra. Tínhamos lido em alguns blogs de viagem que o trem era concorridíssimo e que valia a pena comprar as passagens com antecedência. Infelizmente a empresa que faz o trajeto não vende passagens pela internet. Então, recorremos a uma amiga que mora em Corumbá (thanks, Grasi) e garantimos nossos bilhetes com cerca de vinte dias de antecedência por 235 bolivianos (algo em torno de R$ 90).
Atualmente há dois tipos de trem: o Expresso Oriental (saindo às terças, quintas e domingos) e o Ferrobus (segunda, quarta e sexta). Ambos partem às 18h de Puerto Quijarro (cidade que fica na fronteira da Bolívia com o Brasil e que é colada em Corumbá) e chega em Santa Cruz às 7h. Como iniciamos nossa viagem numa segunda-feira, compramos as passagens do Ferrobus.
Na rodoviária de Corumbá nós pegamos um táxi que nos deixou nessa fronteira. Lá é imprescindível carimbar o passaporte na alfândega da Bolívia e depois na do Brasil. É importante dizer que se o turista for pego sem o carimbo terá que pagar multas caríssimas no território boliviano. Além disso, é bom ir prevenido, pois os agentes podem pedir diversos documentos como o passaporte com o visto de saída do Brasil, passagem de ida e de volta, cópia do roteiro de viagem, uma declaração contendo os dados pessoais descrevendo os países por onde o turista irá passar conforme o roteiro, a quantidade de dólares levados ou o cartão de crédito (apresentar o original e uma cópia), a reserva do hotel e o principal, o certificado de vacinação de febre amarela (sem ele o turista pode até não entrar no país). Portanto, é necessário ir bem preparado e os relatos da Bolívia nem sempre são positivos quanto à despreparos.
Depois que carimbamos nossos passaportes, negociamos um táxi (R$ 10) para nos levar até o shopping que existe próximo da ferroviária. Como chegamos cedo em Puerto Quijarro (por volta das 13h), ficamos andando nesse pequeno shopping (na verdade é uma galeria), onde almoçamos e aguardamos o horário de partida do trem. A viagem foi super tranquila e como é conduzida a noite, você não vê paisagem nenhuma. Então, sinceramente, eu não sei se vale tanto a pena assim ir por terra quando se tem opção de voos baratos e diretos para Santa Cruz. Optamos pelo trem somente pela experiência e por ser o meio mais tradicional dos mochileiros entrarem no país.
A cidade de Santa Cruz de La Sierra
Chegamos de manhã na rodoviária de Santa Cruz e lá mesmo trocamos um pouco de reais por bolivianos para pagarmos o táxi até o hostel, onde iríamos nos encontrar com o restante das meninas. Reservamos o Hostel Jodanga pelo Booking e apesar de mais afastado do centro da cidade é um dos mais famosos de Santa Cruz (pagamos 100 bolivianos a diária por pessoa, num quarto para seis). Essa foi a principal vantagem de viajar com muitas pessoas, a gente conseguia fechar um quarto de hostel só para gente e aí podíamos ficar mais a vontade.
Santa Cruz foi a cidade base que escolhemos apenas como ponto de partida. Uma tarde foi o suficiente para conhecer seus principais pontos turísticos como a Plaza 24 de Septiembre e a Catedral chamada de Bazilica Mayor de San Lorenzo. Ficamos rodando a tarde toda por lojas de artesanatos no centro, trocamos reais por bolivianos na casa de câmbio e depois voltamos para o hostel. Dormimos cedo, pois no outro dia partimos para Sucre, cidade boliviana que serviu como base para nos aclimatar à altitude. Conto isso no próximo post!
Informações adicionais
Esse post faz parte da série “Mochilão pela América do Sul: Bolívia, Chile e Peru“. Não deixe de conferir todos os outros posts publicados:
– Mochilão de 25 dias pela América do Sul: Bolívia, Chile e Peru
– O primeiro dia no Salar de Uyuni
– O segundo dia no Salar de Uyuni
-O terceiro dia no Salar de Uyuni
– Arequipa
* Analice é nossa amiga e atendeu nosso pedido relatando gentilmente essa incrível experiência no Across the Universe. Além de sermos goianienses, ainda temos em comum a paixão por viagens. Ela é bióloga, doutora em Ecologia, trabalha com mamíferos e adora um mato, onde passa quase um terço do ano, seja a passeio ou trabalho.
Olá, parabéns pelo blog! Tem ajudado a inspirar meu sonho de realizar um mochilão pela América do Sul também. Gostaria de saber, se você lembra quanto gastaram por pessoa, em média, nas coisas básicas da viagem (passagens, hospedagens, alimentação, visitas etc)? Vai em ajudar muito no meu planejamento. Obrigado 😀
Olá, parabéns pelo post! Não conhecia o blog e gostei muito. Amei o roteiro e pretendo usa-lo como base para o meu mochilão. Gostaria de saber qual foi seu orçamento (quanto foi gasto, na verdade) e em que mês aconteceu a viagem. Obrigada! 🙂
Segue abaixo a experiência vivida no roteiro Chile, Bolívia e Peru. A viagem durou 29 dias, entre 24/09 a 22/10/2016. Saímos de São Paulo/SP para Santiago/Chile. Retornamos de Cusco/Peru, para São Paulo, com escala de 2h em Lima/Peru – faltou tempo para conhecer Lima : ( Sei não viu!
As cidades visitadas foram:
Chile – Santiago, Valparaíso, Viña del Mar, Calama (apenas de passagem, mas a cidade é bem pequena), San Pedro do Atacama.
Bolívia – Uyuni (três dias no meio do deserto de sal, foi fantástico), La Paz, Copacabana e Ilha do Sol;
Perú – Cusco, Águas Calientes, Machu Picchu e Lima (somente escala aérea)
Se quer saber mais detalhes: viagem200.wordpress.com/blog/
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