Roteiro de 3 dias pela Garden Route

Como se não bastassem todas as belezuras da África do Sul, há ainda uma rota natural pela costa sudeste que é quase impossível você deixar fora do seu roteiro. A Garden Route, ou Rota Jardim, é um percurso de pouco mais de 200km, que oficialmente vai de Storms River a Mossel Bay, mas dependendo do seu tempo, dá para encaixar mais coisas. Veja como montar um roteiro pela Garden Route.

Quantos dias na Garden Route?

Em síntese, o passeio pode ser feito em 3 dias, que foi como fizemos, mas eu separaria uns 5 pelo menos, pois o caminho é repleto de praias convidativas, cidades super aconchegantes, bons hotéis e restaurantes, paisagens com rios, mar e montanhas. Ou seja, é muito delicinha! 

Como chegar e por onde começar a Garden Route

Nós fizemos a rota após o safári no Kruger National Park, mas como tínhamos pouco tempo para tudo o que queríamos fazer, não deu para ir de carro a partir do Kruger. Perderíamos muito tempo na estrada e ficaríamos cansados se fizéssemos com pressa. Então voltamos para Joanesburgo, entregamos o carro que havíamos alugado e partimos de avião até George (pagamos R$220 pela passagem apenas de ida pela Kulula Airlines).

Lá retiramos um outro carro que também havíamos reservado pela RentCars. Como descemos mais ou menos na metade da rota, escolhemos começar pela ponta norte, então dirigimos até o Tsitsikamma National Park.

Tsitsikamma National Park

Chegamos em George ainda pela manhã, então deu para fazer tudo com calma. Do aeroporto, dirigimos cerca de 150km pela N2 até o portão do Tsitsikamma, que é um parque administrado pelo mesmo órgão que gerencia o Kruger National Park. Pagamos aproximadamente R$55 por pessoa no ingresso e lá dentro há inúmeras atividades como trilhas, arvorismo, hiking, mergulho, passeio de barco ou caiaque para explorar piscinas naturais e cavernas.

A atração mais famosa dentro do parque é a ponte suspensa (suspensão bridge) que dá acesso ao outro lado do Rio Storm, em um trecho estreito conhecido como a boca do rio (Storm River Mouth).

Como não tínhamos tanto tempo, fizemos apenas a trilha até a Suspension bridge. São aproximadamente 3km (entre ida e volta) por um tablado bem estruturado, mas com muito sobe e desce. O visual dali é muito lindo. A ponte, que balança muito, me lembrou a Capilano Bridge, de Vancouver.

Mas se o seu roteiro permitir, programe uma noite no parque. Essa seria a primeira modificação que eu faria no meu roteiro, caso eu pudesse fazê-lo novamente. Há excelentes opções de hospedagem dentro do parque, incluindo acampamento. No site do parque você consegue todas essas informações.

Bloukrans Bridge

Depois de umas 3 horas alí dentro do parque, seguimos viagem até a Bloukrans Bridge, que fica na N2 mesmo, bem pertinho do parque. Na verdade, aí já começamos a fazer o trajeto de volta.

A Bloukrans Bridge é a maior ponte da África do Sul e é onde funciona o Face Adrenaline, conhecido como o bungee jump mais alto do mundo a partir de uma ponte. São 216 metros de altura. Você encararia? Eu não, mas entrei no espaço para assistir e fiquei nervosa só de ver os saltos alheios. No entanto, tem gente que sonha em fazer um roteiro pela Garden Route só para pular dessa ponte. rs

O local é bem movimentado, mas a entrada fica meio escondida na pista, apesar das placas. A entrada fica à direita (se estiver vindo do Tsitsikamma), pouco antes de passar pela ponte. De cima dela mesmo não dá para ver nada.

Alí tem lanchonete, bancas de artesanato (com bons preços), pousada, estacionamento e a própria sede da empresa responsável pelo bungee jump. Você pode se resolver alí ou agendar antes pelo site. Lá tem todas as informações.

Plettenberg Bay

De lá, seguimos para Plettenberg Bay, que é uma das principais cidades da Garden Route. Plett, como é conhecida, é uma cidade praiana toda moderninha, repleta de hotéis, casas de praia e lojinhas interessantes. Como não dava para visitar as várias praias, nos limitamos a conhecer a Praia Central, mais frequentada por famílias, pois alí há uma boa estrutura de restaurantes, banheiros e é tranquila para banho (tirando a parte da água gelada).

Em Plett há várias empresas que promovem passeios para observação de baleias e golfinhos. Se quiser conhecer uma praia mais tranquila e vazia, opte pela Robberg Beach ou Keurbooms Lagooon Beach, que ficam a 9km do centro. Caso decida dormir por lá, veja opções de hospedagem em Plettenberg Bay.

Roteiro de um dia em Knysna

Depois de Plettenberg Bay, seguimos por mais 30km até a cidade de Knysna, onde havíamos reservado nossa hospedagem pelo Booking. Aliás, que hospedagem. Poderia morar alí facilmente. Reservamos um mini apartamento (Armadillo Studios), com excelente preço e com todo o conforto do mundo. Uma pena ter sido só uma noite. Pagamos R$185 pela diária para casal.

Veja outras opções de hospedagem em Knysna

Knysna me encantou desde o primeiro momento. É uma cidadezinha toda fofa, com clima de interior, cercada por lagos, montanhas e pelo mar. Um daqueles lugares que você já chega fazendo planos de voltar (ou morar). Do roteiro pela Garden Route, com certeza foi minha preferida. Não a toa, ela foi eleita a melhor cidade interiorana da África do Sul.

Quintal do apartamento onde nos hospedamos em Knysna

Alí você encontra bons restaurantes, lojinhas, povo simpático e acolhedor. Aliás, saímos despretensiosamente procurando um restaurante pelo centro e nos surpreendemos com o Persello Pizzeria, que é tocado por italianos e tem pizzas, massas e sobremesas originalmente italianas. Os vinhos e queijos também são bons e os preços justos. O ambiente é simples, mas aconchegante. Vale muito a visita.

Heads Knysna

No dia seguinte, começamos nosso tour pela Heads Knysna, um mirante de onde se tem uma das melhores vistas da Garden Route.

Dalí, você vê falésias que separam a lagoa do mar. Dá para chegar ao viewpoint de carro. Coloque no gps: The Knysna Heads view point, dessa forma você evita ter que subir umas boas ladeiras a pé, já que a maioria confunde o mirante com o de um café famoso, o East Head Cafe, que fica mais embaixo e tem um deck ao ar livre com excelente vista também.

Thesen Island

Dalí seguimos para Thesen Island, que é uma ilhazinha que fica no meio de um braço do mar. Alí a água se mistura com a do Rio Knysna e a sintonia é tão perfeita que tudo parece uma grande lagoa. Alí há bons restaurantes e alguns pontos legais de observação. O local também é perfeito também para o pôr do sol.

Waterfront Quais

Optamos por almoçar na Waterfront Quais, uma orla com muitas lojinhas interessantes e restaurantes com cardápios, preços e vistas sensacionais.

Escolhemos o Drydock e pagamos menos de R$150 para o casal no almoço com direito a vinho e sobremesa. Os pratos são bem servidos e o atendimento é excelente. Lugar sensacional para passar a tarde inteira. Há opções de restaurantes mais baratos e até lanches rápidos. Aliás, comer bem não vai ser uma dificuldade durante seu roteiro pela Garden Route.

Brenton Beach

Depois, escolhemos uma praia para ir no fim do dia, a Brenton Beach, que fica a uns 10km do centro de Knysna e é uma daquelas praias com faixa de areia a perder de vista. O mar é um pouco mais agitado, mas é um local super tranquilo. Por outro lado, não tem grandes estruturas, como barraca de praia, lanchonetes na areia, etc.

No caminho para Brenton Beach há vários mirantes que valem uma parada para avistar a belezura que é Knysna. Mesmo que não for a Brenton, na N2, sentido George, faça o retorno após cruzar o Knysna River (ou simplesmente coloque no Waze: Margaret`s View Point) e siga uns 3km até o Margaret`s View Point e veja com seus próprios olhos.

Roteiro de um dia em Mossel Bay

No fim do dia, seguimos para Mossel Bay, onde dormimos a segunda noite do nosso roteiro pela Garden Route. Assim como Knysna e Plettenberg, Mossel Bay é uma cidade com excelentes opções de hospedagens e restaurantes e preços bem mais atraentes que em Joanesburgo e Cidade do Cabo.

Nos hospedamos no The Urban, uma pousada bem moderninha, onde fomos muito bem recebidos. Aliás, mais uma hospedagem nota 10 na nossa passagem pela Garden Route. Pagamos R$165 na diária para casal. O café não estava incluso, mas a responsável pela pousada deixou iogurte, pão, chocolates e frutas, o que, para mim, já foi um grande café da manhã.

O que Mossel Bay tem de melhor são as praias, algumas com piscinas naturais, mas infelizmente com água bem gelada. E olha que Mossel Bay já foi eleita pelo Guiness Book como a segunda cidade com o clima mais agradável do mundo. Há quatro praias na cidade com o a Blue Flag, que é um certificado internacional concedido às praias com melhor estrutura, segurança, limpeza e preocupação com o meio ambiente.  São elas: Madiba Beach, Bakke Beach, Hartenbos Beach e Klein Brak Beach.

Praias de Mossel Bay

Fomos à Hartenbos Beach, onde tem inúmeras opções de hospedagem, praias com larga faixa de areia, áreas bem estruturadas para acampamento e também para churrasco, piquenique. A areia é fininha e o mar azul, mas mais agitado.

Já em Santos Beach, mais próxima ao centro da cidade, a água é bem calminha e há mais opções de barracas na praia, apesar da faixa de areia ser mais estreita.

Churrasco africano

Seguindo recomendações, almoçamos logo ao lado, no Kaai4, um restaurante simples, onde servem um churrasco africano em um ambiente bem legal. O local fica meio escondidinho (coloca o nome no Waze que não tem erro), mas vale a visita. Se preferir, ao lado também há outras opções de restaurantes bem legais.

Após o almoço visitamos a caverna que fica no início da trilha de Cape St. Blaize, onde dizem ser um bom ponto de observação de baleias. Não vi nenhuma, mas me encantei com o visual do alto do mirante. O local rende belíssimas fotos.

Bem próximo dali, mais especificamente em frente ao Delfinos Seaside Restaurant, há uma piscina natural, cercada por formações rochosas, com água quente e rasa, onde as crianças se esbaldam com segurança.

Ao lado há também um gramado grande, onde é possível jogar bola, tornando a região perfeita para um passeio familiar.

De Mossel Bay para Cidade do Cabo

Se engana quem pensa que os encantos de um roteiro pela Garden Route terminam por aqui. No fim do dia, pegamos novamente a N2 com destino a Cidade do Cabo. Acatando sugestões de outros blogs que havia lido, depois de Swellendan, pegamos a R60 em um caminho de mesma distância, mas com trânsito menos intenso, passando pela cidades de Ashton e Robertson.

Não sei dizer como seria o caminho correspondente na N2, mas essa estrada é perfeita, com várias vinícolas lindas e uma paisagem de montanhas e paredões. E como já disse, a Rota Jardim é um passeio para ser explorado com calma, porque há inúmeros atrativos ao longo da rota. Uma boa ideia é fazer a Garden Route de Motorhome. 

Em Ashton fizemos uma parada no Plataform 62 para experimentar o sanduíche de hambúrguer de avestruz. Achei delicioso, mas mesmo que a ideia do sanduíche não lhe agrade, entre no Plataform 62 para conhecer o estoque de vinhos sul africanos (alguns muito baratos) e outras bebidas. No local você também encontra souvenirs e outros tipos de lanches.

Uma outra ideia interessante para um lanche nessa região cinematográfica é parar em um dos inúmeros pontos de piquenique montados na beira da estrada, sempre embaixo de árvores ou com coberturas.

Quer saber mais sobre nossa viagem para a África do Sul? Leia todos os outros posts aqui.