Cachoeira Casca D’Anta: como visitar as partes alta e baixa
A Cachoeira Casca D’Anta é um dos principais cartões postais da Serra da Canastra. Com uma queda d’água de 186 metros ela impressiona quem visita tanto a parte baixa, como a parte alta do atrativo. Nesse post, explicamos em detalhes quais são as formas para se fazer os dois passeios.
Como chegar a Cachoeira Casca D’Anta
Localizada dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra, a Cachoeira está nos limites do município de Vargem Bonita. Primeiramente é preciso deixar claro que para visitar a parte alta e a parte baixa da Cachoeira Casca D’Anta é preciso dois passeios diferentes e com dias diferentes. Isso porque o acesso aos dois pontos se dá por portões distintos.
Veja também: Roteiro de 3 dias na Serra da Canastra
Para se ter uma idéia, a distância entre a parte baixa e a alta é de 45km de estrada de chão. Mas não tem uma trilha que ligue os dois pontos?
Tem sim, mas não é tão usual devido ao grau de dificuldade. Por essa trilha, são apenas 1,8 km. Mas como é de se imaginar, todo o percurso é extremamente íngrime. E é bom lembrar que quem sobe, tem que descer. E a descida pode ser ainda mais complexa. Então, no total, são 3,6 km (ida e volta). Não fizemos, logo não posso dizer se é realmente muito difícil.
Nós optamos por fazer o mais usual, que são dois passeios separados, em dias diferentes. A parte baixa indo por conta própria, com nosso carro, e a parte alta com guia, de 4×4.
Como conhecer a parte baixa da Cachoeira Casca D’Anta
Para conhecer a parte baixa da Cachoeira Casca D’Anta você precisa se dirigir ao portão 4 do Parque Nacional da Serra da Canastra. Ele fica mais próximo do povoado de São José do Barreiro, a 22 km de Vargem Bonita.
A estrada até la é de chão bem no estilo Serra da Canastra: ruim, cheia de pó no tempo seco e lama na época de chuvas. Mas, com uma dose de paciência e outra de cuidado você chega tranquilo com carro comum.
Geralmente, para entrar no Parque é preciso pagar uma taxa pequena que varia com a época do ano. Quando fui, em setembro de 2021, eles haviam liberado os visitantes do pagamento.
Além disso, alguns blogs alertavam sobre a exigência de se fazer uma reserva antecipada por aqui. Eu fiz, colocando datas, horários e detalhes como nome e CPF dos visitantes, placa do carro e etc. Mas no local não foi cobrado absolutamente nada. No entanto, meu conselho é: faça sua reserva. Não custa nada.
A trilha para a parte baixa
Na entrada, o guarda dá uma breve explicação sobre a trilha, mas ela é bem tranquila, feita em terreno calçado e com boa sinalização. No total, são 3 km (ida e volta). Há também uma opção de acesso alternativo, que vai beirando o rio e aumenta apenas poucos metros.
De qualquer forma, o trajeto é bem tranquilo até chegar na parte das pedras abaixo da cachoeira. Nesse ponto há placas indicando o fim da trilha e o alerta de que a continuação do percurso a partir dali é por conta e risco do turista. É que para chegar dentro da água você precisa se aventurar por entre as pedras.
Mas como ir até alí e não molhar ao menos os pés nessa cachoeira? O poço é maravilhoso, mas foi a água mais gelada que encontramos na região. Acredito que seja por conta da própria névoa que se forma em torno da queda d’água. O volume de água é impressionante. E olha que estávamos na época de extrema seca.
Mesmo que não se anime a nadar, considere ficar um tempinho só observando a cachoeira. É linda!
Outras informações sobre a parte baixa
Reserva meio período do seu dia para esse passeio. Apesar da boa estrutura de banheiros, locais para descanso com bancos e mesas para um lanche, não há nada para vender no local. Leve seu lanche e água. Idosos e pessoas com dificuldade de locomoção, podem solicitar permissão para estacionarem o carro no interior do parque. Do estacionamento interno até a cachoeira são apenas 700 metros.
Dica: no estacionamento interno, no ponto onde tem a placa indicando o início da trilha para a parte de cima, desça um pouco até o rio e veja essa paisagem aqui:
Como chegar na parte alta da Cachoeira Casca D’Anta
O acesso à parte alta da Cachoeira Casca D’Anta se dá pelo portão 1. A partir de São Roque de Minas são 35 km de estrada de chão ainda piores que os outros trechos. Então aqui não tem outra alternativa a não ser fazer o passeio de 4×4.
Indico o guia conhecido como Vagalume (Luiz Carlos (37) 99860-6947) que tem paciência para fazer passeios com calma e personalizados de acordo com as preferências dos clientes. Além disso, ele dá várias dicas valiosas sobre a região, inclusive de onde comprar os produtos com melhor preço e qualidade.
O passeio para a parte alta da Cachoeira Casca D’Anta dura o dia inteiro e geralmente inclui outros atrativos. No nosso caso, fizemos a Cachoeira Rasga Canga e o poço do alto da Cachoeira do Rolinho.
De qualquer forma, todos os passeios também incluem uma paradinha na nascente histórica do Rio São Francisco e no curral de pedras.
Dizem que a iniciativa da criação do Parque Nacional da Serra da Canastra foi justamente para preservar as nascentes. Entre elas está a do rio São Francisco, um dos rios mais famosos no Brasil. No local você encontra uma marcação de pedras e é possível chegar até o local considerado como nascente do rio.
Essa nascente, no entanto, é do tipo difusa. Ou seja, ela não tem aquele pontinho principal por onde a água brota. Ela surge a partir do lento escoamento da água infiltrada e retida nas pedras e no solo. Então não espere ver a água jorrando do chão, porque não é bem assim.
O que ver na parte alta da Cachoeira Casca D’Anta
No topo da parte alta, tem um ponto de apoio com banheiros e água. Dalí você já avista as piscinas que se formam no alto da Cachoeira. Há uns 3 trechos diferentes com pequenas quedas d’água e grandes poços para banho. Na primeira parte é de fácil acesso.
Já na segunda parte, exige uma certa habilidade (no meu caso contei com o apoio do guia) para fazer umas pequenas manobras tanto na hora de descer como subir.
Mas vale o esforço. O poço é lindo e tem uma cascata relaxante. Ficamos por lá por um bom tempo.
De qualquer forma, uma pequena trilha leva até o alto da pedra, do lado direito de onde você tem uma vista deslumbrante da região.
Mas ao contrário do que muita gente imagina, daqui você não vê a queda da Cachoeira Casca D’Anta propriamente dita. Não tem um lugar seguro de onde você consegue avistar a queda dalí de cima. Mas ainda assim, é muito lindo. Vale muito a pena.
Outros atrativos da parte alta
Dalí você segue para o próximo atrativo do parque que vc acertou com seu guia. No nosso caso, optamos pelo basicão, que é a Cachoeira Rasga Canga e poço do alto da Cachoeira do Rolinho. Ambos são pontos fantásticos para banho. Mas você pode optar também pela Cachoeira do Fundão, por exemplo, que também é maravilhosa. No entanto, a trilha é mais puxada.
Para a Cachoeira Rasga Canga e Rolinho é preciso desviar 10km do caminho entre o portão e a parte alta da Cachoeira Casca D’Anta. Mas esse trecho é percorrido de carro. Do estacionamento até o atrativo mesmo não tem trilha e o esforço é mínimo.
A Cachoeira Rasga Canga tem duas quedas d’água pequenas, mas bem gostosas. E dois poços distintos para banho. Um bom lugar para relaxar. Na época das chuvas, o guia disse que uma cachoeira maior se forma.
Já o poço do alto da Cachoeira do Rolinho é mais simples, mas também bem legal para relaxar. Dica: leve uma boia, deite e deixe o vento ir levando embora as suas preocupações.
Enfim, terminamos nosso passeio avistando lobo-guará, tamanduá bandeira e veado pelo parque afora. Para quem não é acostumado, não é fácil encontrar porque você nem sabe onde procurar. Mas o olhar atento do guia ajuda muito.
Incluir ou não visita a queijaria nesse passeio?
Alguns guias que fazem a parte alta incluem a visita a alguma queijaria nesse passeio. Mas minha dica é: melhor não. É desnecessário você fazer as visitas às fazendas no dia que estiver com guia e 4×4 porque você pode fazer esse passeio tranquilamente sem o suporte e no seu próprio carro.
Mesmo porque nas fazendas são os próprios proprietários que explicam o processo de produção dos queijos. Nós fizemos por conta própria e contamos aqui como foi a visita às fazendas de queijo da Serra da Canastra.
Então use o tempo com guia para explorar um dos atrativos do parque ou mesmo ficar mais tempo em um dos pontos que já está incluso no seu passeio. Geralmente faz-se parte do tour acelerado para conseguir encaixar a visita à uma fazenda.
Já fez um desses passeios? Conta para a gente como foi sua experiência.
Veja também o post sobre como chegar na Serra da Canastra
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Lindas cachoeiras, mas eu não conseguiria nem andar depois de comer quilos de queijo.
Gente a Própria Existência Divina.
Parque Maravilhoso, Bem Cuidado, Funcionário que nos atendeu simplesmente Fantástico.
Sr.Ivo está de Parabéns por sua Gentileza e Prestesa.
Banheiros Limpos e pela própria beleza esse Parque nos convida a Zelar por ele.
Sensação aí estar próxima a Cachoeira é Algo Inexplicável.
Só vc estando lá para Sentir Tamanha Gratidão e Energia Gerada Pela Mãe Natureza.
GRATIDÃO
Gratidão.
Fiz a parte alta e baixa numa trilha. Foi maravilhoso! Um pouco puxado p quem não tem costume de caminhar, pois alguns trechos são de pedras e bastante subidas tipo escadaria. Mas vale a pena fazer.
Vou novamente mas dessa vez hospedar na parte baixa e fazer a trilha p parte alta.
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Lindo
Oii, ótimo post! Eu estou procurando esse tal de Vagalume guia turistico e não encontro em lugar nenhum, e o telefone não está conectando, você tem mais alguma forma de contato dele? Obrigada!
Oi, Isabela. Vi agora que o número estava errado. Me desculpe. Já estou atualizando. O correto é (37) 99860-6947 e o insta dele é @vagalume4x4
Poliana será q da pra ir na parte alta de moto 150 cilindradas?
Oi, Henrique. Não entendo nada de moto, então não sei te dizer. Mas acho que também vai depender da época e das condições da estrada. Então eu sugiro que você entre em contato com o guia conhecido como Vagalume (Luiz Carlos (37) 99860-6947) e tire essa dúvida com ele.
Olá Poliana!
Muito legal e bem explicado seu roteiro. Parabéns!!!!
Abraço, Regiane
Olá Polliana, tudo bem?
Realmente, a cachoeira Casca d´Anta é de uma beleza singular, e o seu acesso para a parte baixa é muito fácil e tranquilo. Atualmente (Junho 22), a entrada ao parque continua sem cobrança.
Já para pegar a trilha da parte baixa para a parte alta da cachoeira é um desafio e tanto! A distância adicional é de 3,3 km só de subida, mais tanto para a descida: Um percurso de 4 a 5 horas dependendo do ritmo individual e do tempo de permanência ao topo. A trilha em si é considerada difícil e sofreu bastante devido as fortes chuvas do início deste ano. Mas para “trilheiros” experientes isso não assusta.
Para quem gosta de trilhas e tem um bom preparo físico, recomendo juntar as duas partes baixa e alta num passeio de um dia só! Algo desafiador e consequentemente compensador.
OI, Melchior. Que bom ter o seu relato aqui para complementar nosso post.
Tive vontade, mas não arrisquei fazer a trilha por não me sentir preparada fisicamente.
Mas realmente deve ser uma experiência bem interessante.
Excelentes dicas Polliana! Estamos indo visitar a Serra da Canastra na próxima semana e a expectativa é grande. Valeu! Obrigado.
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Olá Polliana, muito bom seus relatos. Gostaria de saber se esse trajeto à parte alta, é possível fazer de carro comum? Vou fazer esse passeio em julho/23.
Obrigado.
OI, João. Não é possível não. As estradas são ainda piores do que as demais. Indico o guia conhecido como Vagalume (Luiz Carlos (37) 99860-6947) Troca uma ideia com ele.
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Oi Poliana, fantástico seu relato. Pra mim só não ficou claro na parte alta quantos metros ou quilômetros vc anda do estacionamento aos pontos visitados
OI, João! Na parte alta vc já estaciona de frente a umas piscinas naturais. Há uns 3 trechos diferentes com pequenas quedas d’água e grandes poços para banho. Na primeira parte é de fácil acesso. Já na segunda parte, exige uma certa habilidade (no meu caso contei com o apoio do guia) para fazer umas pequenas manobras tanto na hora de descer como subir. Aí, para o mirante… uma pequena trilha leva até o alto da pedra, do lado direito de onde você tem uma vista deslumbrante da região. Então vai depender do que vc quer ver. Mas na parte alta, nao tem muito esforço nao