Expo Milão 2015: Eu fui!
Visitar a Expo 2015 em Milão não estava entre os meus objetivos nessa última viagem a Itália. Mas como o meu roteiro está todo em aberto e seria uma ótima oportunidade para visitar uma Exposição Universal, resolvi de última hora fazer um bate-volta a partir de Florença.
Mas que diabos é uma Expo ou Exposição Universal?
É uma feira de nações. O evento mundial mais antigo do mundo, mais do que a Copa do Mundo da FIFA ou as Olimpíadas da era moderna. Para se ter uma ideia, a primeira Exposição Universal aconteceu no ano de 1851 em Londres, na era vitoriana. Na época, o objetivo era criar um evento para reunir e apresentar ao mundo grandes invenções. Graham Bell, Thomas Edison e Tesla são exemplos de grandes inventores que expuseram seus inventos em uma Exposição Universal.
Com o tempo, as Exposições Universais foram se tornando um grande ode ao nacionalismo. Monumentais pavilhões, quiosques e edifícios são projetados e ornamentados com o objetivo de exibir o que de melhor pode produzir o país anfitrião e seus convidados.
E sediar uma Exposição Universal é como receber uma Copa ou uma Olimpíada. As sedes candidatas precisam propor um tema e qual infraestrutura (gigante) irá oferecer para o evento, que dura 6 meses. O Brasil já sediou uma Expo em 1922 no Rio de Janeiro e recentemente foi candidato com São Paulo para a Expo 2020. Foi eliminado logo no início, abrindo espaço para Dubai, a escolhida. Mas antes ainda ocorre a Expo 2017, que será sediada pelo Cazaquistão.
As Exposições Universais são também conhecidas por deixarem grandes legados, inclusive para o turismo. O melhor exemplo é a Torre Eiffel em Paris. Ela foi construída para ser o arco de entrada da Exposição Universal de 1889. Hoje é o monumento pago mais visitado do mundo. No Brasil o que ficou da Expo de 1922 foi o Museu Histórico Nacional, no centro histórico do Rio de Janeiro.
Expo Milão 2015
O tema escolhido pelo país do mangia che te fà bene para sediar a Expo 2015 foi: “Alimentar o planeta, energia para a vida“. Achei apropriado! Os pavilhões de todos os países de uma forma ou de outra abordam o tema. Uns mais do que os outros. E alguns só vendem souvenirs de seus países, como vários africanos e asiáticos.
Porém os alimentos típicos de cada país são caríssimos. A mensagem que eles acabam passando para o mundo é a de que se alimentar vai custar caro. Para efeitos de fácil comparação, fotografei o cardápio do restaurante do pavilhão brasileiro. Só reforçando que os preços estão em euro, não em real. 🙂
O evento está montado em uma área de 1 milhão de m² e conta com a participação de 147 países, dispostos em uma “Rua das Nações” de 1,5km. No mínimo você vai andar 3km para ir e voltar só para ver os pavilhões do lado de fora.
E para visitar os melhores pavilhões (e mais procurados), você precisa pegar filas quilométricas e por até 1h. Haja pernas! E por mais que você seja ágil, um dia não é suficiente para ver tudo. Logo, não dá pra chegar e ficar desesperado querendo ver tudo, você vai sempre deixar algo pra trás.
O pavilhão da Itália, por ser o país anfitrião, é o maior e o principal da Expo. Quando você chega até ele, terá chegado à metade da feira. Todo o complexo do Palazzo Itália (como é chamado o pavilhão) fica como legado da Expo 2015.
Inclusive a Albero della Vita, ou Árvore da Vida, traduzindo para o português. O monumento é a atração principal do evento. Durante o dia, ela não chama tanto a atenção, mas a noite ela se transforma. E foi depois de ver fotos e vídeos dela à noite que me arrependi de ter optado por um bate-volta à Milão. Poderia ter me hospedado uma noite para ficar na feira até escurecer. E é por isso que nem me atrevo a postar as fotos que fiz dela durante o dia. Melhor vocês ficarem com a imagem dela à noite, para não fazer a mesma besteira que fiz.
Foto: M. Fortini (CC BY 2.0)
E no complexo do pavilhão da Itália ainda tem uma área com nome bem curioso: Eataly. Só depois de alguns segundos olhando pro letreiro e tentando entender em que língua estava escrito o nome da Itália, é que entendi o trocadilho. EATaly, sacou? 🙂 Bem sugestivo para o momento e para uma área com 20 restaurantes com comidas e vinhos típicos de cada região da bota. Mamma mia! Se não fosse tão caro, eu sairia comendo e degustando vinho de pelo menos umas três regiões.
Ah, e para você que é da turma dos viciados em carimbo de passaporte, na Expo você pode brincar de carimbar o passaporte de mentirinha do evento (que você compra por 5 €) em cada “país” que você visita. É uma mania divertida entre os visitantes de todas as idades. Eu carimbei o meu em 25! E a maioria são países que eu ainda não tenho no meu passaporte de verdade. 😀
Como comprar o ingresso
O ingresso pode ser adquirido facilmente pelo site oficial da Expo Milano 2015. Os preços variam por faixa etária, se você vai comprar para um dia com data marcada ou com data em aberto, se é para dois dias consecutivos, se está indo com família ou para entrar somente após às 18h.
Eu paguei 39 € pelo ingresso de adulto e com data aberta. Se optasse por uma data fixa, pagaria 34 € e se optasse por entrar somente após às 18h pagaria meros 5 €, independente se a data é fixa ou não.
Você recebe o ticket por email, imprime e já entra direto, sem precisar fazer a troca na bilheteria.
Quando ir
A Expo começou em 01 de Maio e vai até 31 de Outubro. Logo, se estiver de passagem pela Itália até o fim do mês, ainda dá tempo de visitar.
É aberta todos os dias das 10h às 23h.
Como chegar
A melhor forma de chegar na Expo Milão é de trem ou metrô. As duas estações chegam direto na feira. Se você vai de trem, pode comprar o bilhete pelo site da Trenitalia para chegar direto na estação “Rho Fiera EXPO MILANO 2015″.
Eu não consegui um bom horário para fazer o meu bate-volta direto da estação da feira, por isso quebrei a viagem indo de Florença até a estação central de Milão e de lá pegando o metrô até a estação da feira.
A linha M1 do metrô (vermelha) termina na estação Rho Fiera. Mas ela não vai até a estação central. Você vai precisar primeiro pegar a linha M3 (amarela) – siga as indicações das placas por toda a estação central – e ir até a estação Duomo (direção San Donato). Em seguida você deve pegar a linha M1 (vermelha) no sentido Rho Fiera. A linha termina na estação da feira.
O bilhete de metrô custa € 2,50 por trecho.
Onde hospedar
Eu não me hospedei em Milão. Eu cheguei a fazer reserva em um hostel, mas acabei cancelando por ter encontrado bilhetes de trem com preços bem atrativos para ida e volta no mesmo dia.
Mas você pode fazer uma busca no Booking por hotéis na página personalizada deles só com opções na região na Expo Milano 2015. Você irá encontrar excelentes opções de hospedagem, sem taxas adicionais e ainda com cancelamento grátis.
Booking.com