Buenos Aires: A morgação do feriado de ano novo

Depois de voltar a pé pro albergue, tomar um dos meus 3 banhos diários de água fria e cair na cama, acordei no primeiro dia do ano logo cedo. O bobão aqui foi descobrir só nesse dia que o desayuno estava incluso na diária, o que não é comum em albergues. E lá foi eu tomar um leite quente com café e duas medialunas, que pra mim é um croissant. Aparentemente essa quitanda é o pão francês deles, presente em todos os desayunos. O restante do dia, depois da agonia da notícia ruim que veio do Brasil, foi de pura morgação. Buenos Aires parou no dia primeiro e o que achava pela cidade aberto eram algumas lojas de souvenirs para turistas e lojas de conveniência que funcionam 24hrs. Os restaurantes todos cerrados e alguns com placas informando que abririam somente as 16hrs. E foi o que eu fiz, esperei até as 16hrs para almoçar.

Resolvi experimentar os famosos pratos de carne argentina. Olhei no cardápio e apontei com o dedo pra garçonete um bife de chorizo e pedi pra ela me indicar um vinho tinto que fosse suave. Mas ela não entendeu bulufas e ficou olhando pra mim com cara de interrogação. Olhei para o cardápio e apontei para um qualquer que era tinto. Pronto, era só esperar!

Veio então o tal bife de chorizo, um pedaço gigante de pura carne, aproximadamente 400gr. Nuh! Pensei: “É maior que o picanhão do Veredas Grill da 204 Sul”. Cortei um pedaço e levei até a boca e já rodei os olhos pela mesa procurando o potinho de sal. Putz! A carne não tinha tempero quase nenhum. Sem contar que eu tinha pedido a carne ao ponto, e pra mim aquilo estava berrando. Mas já estava ali, teria que comer.. e dá-lhe sal. O vinho não era suave, mas não tão seco.. está valendo! Mas a carne só desceu com muito sal.

No final das contas, eu acabei comendo bem. Desde que tinha chegado aqui, não havia comido de verdade assim, havia passado as custas de lanches rápidos e Burguer King.

O almoço do domingo

E o da segunda. Tá bom, pode falar que pra comer no BK eu comeria ai no Brasil, mas é que nos primeiros dias a gente fica tão perdido não sabendo onde ir comer, que vc acaba baixando onde vc já sabe o que tem e é mais fácil de pedir.

Voltando a vaca fria, depois comentando com os hóspedes brasileiros/mineiros lá do albergue sobre o meu almoço/jantar de bife de chorizo, eles me contaram que para os argentinos cada parte do boi tem um sabor diferente, e que o pouco tempero é para saborearmos esse diferenciado sabor, e que nós brasileiros é que não sabemos comer. Pensei: “É, pode até ser.. mas mesmo assim continuo preferindo os cortes e temperos brasileiros”. Mas recomendo a quem vier a Buenos Aires experimentar os cortes deles e depois ir no Porcão fazer a comparação com os nossos.. sacanagem! hehehe

O restaurante foi este, o “Il Gatto” na Corrientes com 9 de Julyo, próximo ao Obelisco”

O que sobrou da comida

Eu vacilei e não tirei a foto do bife pra vocês verem. Só do que sobrou no final, muito dulce de leche de um crepe que pedi como sobremesa e o vinho.

Enfim, foi o dia que mais gastei com comida aqui: AR$ 67. Paguei com cartão de crédito e o atendimento no geral foi muito bom. Visitei outros restaurantes melhores e mais baratos, que inclusive aceitavam real na cotação de R$ 2,00 por peso argentino, o que é raríssimo.. depois posto sobre isso.

Bom, é tudo por hoje. Amanhã posto sobre primeiro dia útil em Buenos Aires e sobre o City Tour que eu fiz pela cidade pedalando uma bicicleta laranja.



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Comentários

  1. 04 jan 2008

    Tá me saindo um bom blogueiro, Marcelo! É como se estivesse em Buenos Aires com você =D. Me interessou muito esse lance da carne sem tempero, vou ver se me aproveito da debconf pra conhecer melhor!

  2. Carne sem tempero deve ser o que há de pior! Eca!

    Estou adorando as histórias e esperando mais!!

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