Maya Bay Sleep Aboard: dormindo na praia mais famosa da Tailândia

Maya Bay é considerada uma das praias mais lindas e fotogênicas da Tailândia. Ela é linda sim, fotogênica demais, mas a fama dela é maior por conta do filme “A Praia”. As filmagens do longa com Leonardo de Caprio em uma ilha isolada da Tailândia foram feitas alí e, desde então, virou frisson. A praia é lotada, vive abarrotada de turistas. Não há hotéis, nem restaurantes no local. Não é permitido nem mesmo acampar nessa praia.

Então, para ter um pouco mais de sossego em Maya Bay há duas opções: contratar um barco para chegar antes das 8h na praia ou fazer o tour Sleep Aboard Maya Bay, que chega na ilha no fim da tarde, fica até de madrugada com uma programação bem descontraída (que inclui até nadar com plânctons) e oferece ‘pouso’ no barco para que logo cedo, assim que o sol apontar, você ter a praia só para você!

Parece lindo, não? É sim, mas não é assim, uma perfeição. Como sempre digo… é preciso preparar o espírito. Já conto todos os detalhes da nossa experiência.


Reserva

O passeio é mega disputado. Para você conseguir uma vaga no barco que sai diariamente do píer de Phi Phi (veja o post do Flávio sobre tudo o que você precisa saber sobre Phi Phi), com 30 pessoas (contando com os guias e ajudantes do barco) você precisa reservar pela internet com bastante antecedência. Também pode contar com a sorte e conseguir vaga no mesmo dia, mas é raro. Portanto, se adiante. A reserva pode ser feita no site da Krabi Conect e o passeio custa 3.500 Bath (mais ou menos R$ 350).

O barco sai do píer principal de Phi Phi às 15h. Nós não fizemos check out do hotel onde estávamos, mas algumas pessoas programam o Sleep Aboard no início ou no fim da estadia em Phi Phi para economizar uma diária. Nesse caso, as malas podem ser deixadas no escritório da agência que promove o passeio e que fica alí próximo ao píer. O ideal é levar o mínimo de itens possíveis, pois não tem lugar para guardar e tudo vai precisar ficar contigo o tempo inteiro.

O percurso

Poucos minutos depois que sai de Phi Phi, o barco para em frente à Viking Cave. Segundo o guia, dentro da caverna há mini templos e centenas de desenhos antigos de embarcações viking, mas a entrada de turistas foi proibida após o tsunami de 2004, pois há risco da estrutura se desmoronar.

De lá, fomos para Phi Leh Bay, que é uma área próxima e perfeita para snorkel. A água é incrivelmente cristalina e tem MUITOS peixes. A equipe disponibiliza caiaques e snorkels, mas se você tem nojinho, melhor levar o seu. Eles também encorajam a galera a dar uns jumps do ponto mais alto do barco.

Eu preferi usar minha boia mesmo e curtir aquela paisagem relaxando. E que paisagem! A região é linda, com aquelas formações rochosas e uma água perfeita. Ficamos alí por uma hora mais ou menos.

Ao sair da água, a equipe do barco oferece água doce para você tirar o sal do corpo com um baldinho.  Depois serviram algumas frutas.

Já próximo do horário do pôr do sol, partimos para Maya Bay. Como o barco do Sleep Aboard é grande, é preciso dividir o grupo e levar em pequenas embarcações. Tanto os caiaques, quanto esse barquinho ficam amarrados à nossa embarcação durante a viagem.

Esse barquinho nos levou mais próximo, mas não exatamente na areia, porque era fim da tarde e a maré estava bem baixa.

Inclusive, é bom ir de sapatilha de mergulho ou chinelo, pois é impossível ir pisando nos corais com os pés descalços. (E aqui eu deixo a minha observação sobre a falta de zelo do tailandês com a natureza ou mesmo com o turismo sustentável. Não há nenhuma recomendação do tipo: “Não pise aqui ou alí”, “fique atento a isso”, ou “não jogue aquilo”. Tudo pode!)

Quando você chega na areia de Maya Bay e olha para o mar à sua frente é que você entende a fama daquela praia. Tudo compõe.

A água cristalina, o paredão que deixa a ilha isolada, com aquela sensação de exclusividade. Ok que no fim de tarde, com a maré baixa e o sol baixo, a ilha fica bem menos impressionante, mas ainda assim é bela.

Naquele horário, os últimos barcos já haviam saído e esse é o momento de maior privacidade, apesar de curto, já que a equipe logo chama para voltar ao barco, já que da areia não dá para ver o pôr do sol.

Inclusive, alguns se enrolaram um pouco e nosso grupo – que havia ficado para a última viagem do barquinho – acabou assistindo o pôr do sol de dentro dele.

A diversão noturna

Quando a gente volta para o barco, o jantar já está quase pronto. Eles colocam as panelas na parte onde fica a maior parte da galera aglomerada, em cima dos colchonetes de plástico que estão empilhados e que mais tarde serão nossas camas. A comida tava delícia. Arroz, frango e legumes. E, se me permite dar uma sugestão, não fique tentando entender como tudo funciona no barco e em que condições as coisas são feitas. 🙂

Mais tarde somos levados para o outro lado da ilha e desembarcamos na areia novamente com a ajuda dos barquinhos. Alí temos uma espécie de lual sem violão. Eles acendem mini fogueiras, colocam umas esteiras ao redor e um alto falante para a música.

Para beber, você tem direito a um baldinho com vodca ou whisky (você escolhe) e red bull ou refrigerante. Se quiser mais, pode comprar por 250 bath. Também vendem cerveja por 100bath. Aliás, no barco você pode comprar cerveja a qualquer hora. Para comer, eles servem umas coxas de frango assadas deliciosas. Segundo eles, estamos em um churrasco!

Ficamos alí naquele climinha delícia de lual na praia, curtindo com amigos, fazendo novas amizades, apreciando o céu estrelado… até que deu vontade de fazer xixi e caímos no mar com essa intenção. Logo outros brasileiros (sempre os mais animados – ou seriam os mais baderneiros?) também vieram e ficamos curtindo a água até começar o momento mais mágico do passeio… a descoberta dos plânctons. <3 Quanto mais movimentávamos a água, melhor víamos. Então foi aquela farra! Mas ainda não era o momento oficial do mergulho, então voltamos novamente para o barco.

O mergulho com plânctons

De volta ao barco, o guia nos deu algumas orientações básicas, um snorkel e um colete salva vidas para cada um e liderou o grupo até uma área mais escura, próxima às rochas. Naquele ponto sim vimos muitos plânctons e aquilo é simplesmente indescritível. Uma pena não ser possível colocar em imagens. Aliás, nem perca seu tempo tentando com GoPro ou qualquer outra câmera. Nenhuma consegue ‘materializar’ isso. Apenas curta o momento. Pode ter certeza que ficará muito bem gravado na sua memória.

Dormindo no barco

Voltamos novamente à embarcação e tomamos um ‘banho’ de caneca com o tambor de água doce que é disponibilizado pela equipe. Nessa hora é bom ser ágil, se organizar logo e reservar seu espaço para dormir, pois esse momento pode ser tenso, pois as opções de hospedagem não são as mais cômodas.

São oferecidos colchonetes similares àqueles que usamos na academia. Como eles ficam o passeio inteiro espalhados alí mesmo pelo barco, todo mundo pisa, molha etc, etc. Então deixe a frescura de lado, estenda sua toalha ou canga, faça sua mochila de travesseiro e deixe seus pertences de valor o mais próximo e visível possível. Se for do tipo que só dorme se estiver coberto, leve algo para se cobrir.

Há um espaço com cobertura e outra sem. Durante o dia já vá pensando no que prefere e seja rápido na hora de voltar para o barco e organizar sua vida, pois os espaços e até os colchonetes são bem limitados.

Se tiver dificuldade para dormir, é bom levar seus pertences favoritos para facilitar o sono. Tipo tapa olho, tapa ouvidos ou até remédio para dormir. Posso dizer que tirei alguns bons cochilos. Dizer que dormi bem seria exagero. Mas pelo menos não senti tanto o balanço do mar como imaginava.

Chegando em Maya Bay pela manhã

Assim que o dia clareia, somos acordados com o barulho da equipe organizando o café da manhã e pela própria claridade.

Estávamos ancorados a uns 100 metros da praia, mas assim que nos aproximamos, já estavam chegando outros barcos que vinham de Phi Phi. Ou seja, a máxima de dormir no barco para chegar na praia bem cedo e ter um momento exclusivo ficou só na teoria. Porque chegar cedo em Maya Bay já virou tática de diversos barqueiros que querem encantar turistas. Antes de 7h30 já tinham vários deles na praia.

E chegar cedo nem é tanta vantagem, pois a água ainda está fria, o sol ainda não está alto e não consegue iluminar a água para mostrar quão cristalina ela é.

Fora que não dá para negar que nessa hora que você chega em terra firme, você está exausto com a noite mal dormida, é muito cedo e você fica alí meio zumbi, sem coragem de entrar na água e sem condições ‘estéticas’ de posar para uma foto.

Mas então… a praia é linda? É. Demais. E vale a pena o passeio? Vale demais também! Mas é sempre bom ter em mente todas as limitações e saber que o passeio é válido por todo o contexto. Pela diversão, a experiência, por ser algo diferente, inusitado, pela aventura, as amizades… mas não dá para se iludir com a possibilidade de um momento ‘íntimo’ com a ilha, como teve Leonardo Di Caprio. Forget it!

Aliás, quando o relógio bate às 8h, há uma F-I-L-A de barcos se aproximando de Maya Bay. Em poucos minutos a praia está tomada de barcos e por uma multidão de turistas. E quanto mais o tempo passa, mais barcos chegam. Todos lotados!

Às 9h, quando a luz começa a ficar legal, é hora de deixarmos Maya Bay.

O barco ainda fica ancorado alí bem próximo, onde tomamos um café da manhã com frutas e ovos mexidos e eles ainda liberam para um mergulho, snorkel ou passeio de caiaque.

A viagem terminou no píer de Phi Phi às 10h da manhã.

Algumas curiosidades:

– 80% dos turistas que fazem esse passeio são brasileiros. Tanto que a língua oficial dentro do barco é o português e não à toa a tripulação arranha muitas frases no nosso idioma.
– No barco há um banheiro. Não cheguei a usar, mas pelo número de pessoas, é um local pouco convidativo.
– Para você recuperar um pouco da sua dignidade, há alguns banheiros no interior da ilha. Aproveite para usá-los assim que colocar os pés lá.

O que levar?

Toalha
Canga ou uma segunda toalha para se cobrir
Roupa para dormir
Casaco (a noite pode fazer frio)
Repelente, protetor solar, óculos e boné
Chinelo (e nada mais que um chinelo)
Snorkel (se não gostar de usar os que são oferecidos para a galera)
Boia para relaxar na água
Bolsa impermeável (em Phi Phi ou Railay você encontra em cada esquina e em vários tamanhos)
Câmera (se tiver uma a prova d’água é melhor)

Restou alguma dúvida sobre o passeio? Deixe aqui nos comentários. E se quiser saber mais sobre a Tailândia, veja aqui todos os outros posts que já publicamos.



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Comentários

  1. Thiago
    15 ago 2017

    Fiz esse passeio maravilhoso em 04/2017. O pessoal do barco é muito divertido e atencioso. o único senão é realmente a hora de dormir. Quando fui uma parte da galera gostava muito de um agito e permaneceu mais tempo na praia do churrasco à noite. Quem voltou ao barco no horário normal não conseguia dormir por causa do gritos vindos da praia que ecoavam nos paredões de pedra ao redor. E quando esse grupo retornou, o agito potencializado pelo álcool e pelos hormônios em ebulição, misturado com a falta de educação complicaram ainda mais o sono. Queria poder dizer que não eram brasileiros mas… 🙁
    Nessa hora, o movimento do barco, o álcool e a escuridão tornaram quase impossível não ser pisoteado pelos que chegavam e queriam encontrar suas coisas. Quem ficou nessa vibe não viu o nascer do sol em Maya Bay.
    Tirando isso vale muito a pena, as paisagens, Maya Bay, a comida a bordo, simples mas deliciosa, tudo show.

    • Ei, Thiago. Quase nos encontramos então. Fizemos esse passeio em março. Realmente tinha uns bem mais animados mesmo, mas era minoria. Então rapidinho todo mundo se organizou e foi dormir. 😉

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